25 DE JUNHO DE 2015
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A criminologia está hoje apta para intervir num conjunto de serviços, desde a reinserção social ao sistema
prisional, mas também na investigação junto das forças policiais e, por isso, salientamos aqui este aspeto, que
é já um dado adquirido na nossa sociedade.
Nesse sentido, a petição requer a integração da criminologia na Classificação Nacional das Profissões,
bem como o reconhecimento no âmbito do IEFP, do INE e do Código do IRS, mas também salienta um aspeto
que passou aqui, no âmbito das intervenções que antecederam, um bocadinho ao lado, que é o de, nos
futuros concursos públicos para áreas de criminólogos, estes profissionais possam desempenhar funções para
as quais a sua licenciatura surja explicitamente nas habilitações solicitadas.
Ora, temos aqui um conjunto de projetos de resolução que o PCP vai votar favoravelmente, e não temos
quaisquer dúvidas em votar a favor destes projetos que recomendam a resolução deste problema, mas
queremos salientar dois aspetos.
Primeiro, é sempre curioso ver o PSD e o CDS-PP a recomendarem ao Governo PSD/CDS-PP que faça
alguma coisa relativamente a esta questão.
Risos do PSD e do CDS-PP.
Depois, queremos dizer aqui que o Governo PSD/CDS-PP teve quatro anos para resolver esta «tremenda
injustiça», segundo as palavras do Sr. Deputado do PSD, e nada fez, antes pelo contrário.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Queríamos aqui recordar que o PCP, confrontado com esta injustiça que
os criminólogos enfrentam, questionou o Governo, nomeadamente a Ministra da Justiça, relativamente ao
reconhecimento do curso em determinados concursos públicos para acesso a profissões e a resposta da Sr.ª
Ministra da Justiça foi uma desilusão. É porque, ao contrário do que a maioria PSD/CDS-PP explicita no seu
projeto de resolução, a resposta de três linhas, por parte do Ministério da Justiça, vai no sentido de que a
Polícia Judiciária procedeu à abertura de um concurso para a categoria de inspetor-estagiário, através de um
ofício, no Diário da República, que não interessa para o caso, ao qual os detentores da licenciatura em
Criminologia podem concorrer. Ora, batatas! Que eles podiam concorrer, já todos sabíamos, o problema é que
o Ministério da Justiça não reconhece, efetivamente, o curso de criminólogo como um curso, como uma
habilitação solicitada e expressamente reconhecida e, portanto, o entrave ao reconhecimento da profissão
está, hoje, no Governo.
Temos esperança, e, por isso, iremos votar a favor dos projetos de resolução que estão em cima da mesa,
de que, efetivamente, esta situação se desbloqueie e se proceda ao reconhecimento destes profissionais.
Perante um curso homologado pelo próprio Estado, como habilitação necessária nos serviços de
segurança interna, nas diferentes modalidades que existem e onde podem exercer funções, sendo um curso
necessário e reconhecido, é inaceitável que seja o próprio Governo o obstáculo ao reconhecimento desta
profissão.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Para terminar, quero dizer que iremos continuar a acompanhar este
processo e esta justa reivindicação dos criminólogos portugueses, seja com este Governo ou com o futuro
Governo que se proporcione ao nosso País.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, no escasso tempo de que ainda dispõe, tem
a palavra o Sr. Deputado Cristóvão Simão Ribeiro.