25 DE JUNHO DE 2015
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Aplausos do PCP.
E a Sr.ª Deputada Mercês Borges disse tanta coisa mas esqueceu-se de dizer o essencial. É que, como
relatora desta petição, esqueceu-se de prestar contas a esta Casa e dizer que o Governo nem sequer se
dignou a responder à Assembleia da República sobre esta petição.
Veja bem o tempo que gastou a trocar culpas entre PS, PSD e CDS, que são os três culpados pela
existência desta aberração que é a requalificação profissional e que antes era mobilidade, e esqueceu-se de
dizer que o Governo nem sequer respondeu!
Mas importa dizer aqui que a data desta petição, dezembro de 2014, foi também a data de uma greve dos
trabalhadores da segurança social que foi determinante, desde logo, para que a situação dos trabalhadores
com incapacidade fosse acautelada.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E se o Governo recuou relativamente a 14 trabalhadores com incapacidade foi
porque as suas estruturas representativas, designadamente a Frente Comum, o obrigaram e o exigiram.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É verdade!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Esta situação é inaceitável porque todos estes trabalhadores tinham funções
permanentes, todos faziam falta aos serviços da segurança social. Temos ouvido por diversas vezes nesta
Casa exemplos concretos de como responsáveis e coordenadores distritais de intervenção precoce, técnicos
que constituíam as equipas multidisciplinares de apoio aos tribunais e técnicos que integravam a coordenação
das amas e das creches familiares foram afastados por este Governo.
E foram afastados porque este Governo, no mesmo dia em que informava os trabalhadores que «a porta
da rua era a serventia da casa», estava a fazer entrevistas a estagiários e para contratos emprego-inserção
para suprir postos de trabalho permanentes, nas salas exatamente ao lado de onde estava a informar as
pessoas que «a porta da rua era a serventia da casa».
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Isto é bem revelador de que a estratégia deste Governo é substituir
trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos. Entendemos que isso é inaceitável e é uma marca
da política deste Governo.
Por isso, Sr. Presidente, quero dizer o seguinte: o PCP foi sempre contra a mobilidade do anterior Governo
do Partido Socialista, ao contrário da Sr.ª Deputada Mercês Borges, do PSD, que votava a favor da mobilidade
do PS.
Ora, o PCP é coerente, tanto era contra a mobilidade do PS como é contra a mobilidade do PSD e do CDS,
e os senhores eram a favor da mobilidade do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
Protestos do PSD.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É que PS, PSD e CDS defendem o mesmo, porque o PREMAC (Plano de
Redução e Melhoria da Administração Central), a política de despedimento de funcionários públicos é do PS,
do PSD e do CDS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!