26 DE JUNHO DE 2015
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Sabemos hoje que, no que aos reembolsos diz respeito, muito do que queriam ver resolvido ou já o está ou
está em vias de o ser. Mas não ignoramos os problemas. Aliás, nunca o fizemos.
Era urgente encontrar-se uma solução que pudesse dar garantias de estabilidade no que respeita ao
financiamento destas instituições.
As bancadas da maioria apresentaram e aprovaram uma iniciativa que instava o Governo a encontrar
mecanismos por forma a garantir um pagamento atempado desses contratos de prestação de serviço público.
O modelo de financiamento que hoje está em curso para o presente ano letivo, e que vem do anterior
Governo, apresenta exigências que, pela burocracia exigida, causam vários constrangimentos na prossecução
do trabalho destas escolas.
Para o próximo ano letivo já assim não será. Para o ano, estas escolas passam a ser financiadas pelo
Orçamento do Estado em condições iguais às que se verificam na região de Lisboa e do Algarve.
Aplausos do PSD.
Não posso deixar de salientar o oportunismo da apresentação dos projetos de resolução por parte da
oposição — não há outra palavra que os possa descrever. Numa altura em que se sabe qual é o modelo de
financiamento do próximo ano letivo, …
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Qual é?
A Sr.ª Ana Sofia Bettencourt (PSD): — … as bancadas da oposição propõem o mesmo, isto é, que passe
a ser por via do Orçamento do Estado e que o regime supletivo também venha a ser garantido, o que há está
garantido pelo atual Governo.
Que oportunismo é este que, por um lado, defende que a prestação do ensino só tem cabimento na esfera
exclusivamente pública e que, nessa perspetiva, levaria à extinção destas instituições privadas, embora todas
prestem um inestimável serviço público?
Hoje, a vertente ideológica dos partidos da esquerda fica na gaveta.
Hoje, não interessa que se saiba que o que verdadeiramente querem resolver não é o problema de
financiamento, mas, sim, extinguir estas instituições e estes acordos.
Por isso, saudando os peticionários pela forma cívica e cidadã com que se dirigiram a esta Casa,
asseguramos que, para o próximo ano letivo, por forma a evitar as situações ocorridas, o Governo já afirmou
que passará a financiar através do Orçamento do Estado e que o financiamento do regime supletivo está
contemplado e há garantias de que as prestações passem a ser regulares e por tranches, tal como na região
de Lisboa e do Algarve.
De facto, na área do ensino, as coisas não se resolvem com escrita a metro, com projetos recauchutados e
apresentados a cada sessão legislativa. Estamos convictos, nós, maioria, de que contribuímos ativamente
para a solução, para garantir que o número significativo de alunos dos ensinos básico e secundário que
frequentam este tipo de ensino em escolas privadas estejam na mesma situação dos que frequentam as
escolas públicas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Michael
Seufeurt.
O Sr. Michael Seufeurt (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, quero, em nome
da bancada do CDS, cumprimentar os peticionários, agradecer-lhes a petição e a possibilidade de revisitar
este tema. De facto, é um tema que nos permite partir de uma aparente unanimidade, o que saúdo. É que, ao
contrário de outras alturas em que se discute o serviço público prestado por agentes particulares, no caso do
ensino artístico especializado não há acusações do PCP de que têm de se nacionalizar estas escolas, ainda
que a FENPROF o diga, e não há acusações do Bloco de Esquerda de haver negociatas para beneficiar
certos interesses.