4 DE JULHO DE 2015
5
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 9 horas e 39 minutos.
Srs. Agentes de autoridade, podem abrir as galerias.
Antes de darmos início à ordem do dia, vou dar a palavra ao Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco,
para anunciar o expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidos, os projetos de resolução n.os
1570/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo que apoie a
candidatura do Santuário do Bom Jesus do Monte a Património Mundial da UNESCO (PSD e CDS-PP), que
baixa à 8.ª Comissão, e 1571/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo que classifique o Santuário do Bom Jesus
do Monte como imóvel de interesse nacional, reconhecendo-o como Monumento Nacional (PSD e CDS-PP),
que igualmente baixa à 8.ª Comissão.
A Sr.ª Presidente: — Antes de iniciarmos os trabalhos, queria lembrar os Srs. Deputados que na Sala D.
Maria decorre, até às 13 horas, a eleição de um juiz para o Tribunal Constitucional, Sala que o Sr. Deputado
Duarte Pacheco me informa já estar aberta. Terei o cuidado de ir também votar a meio da manhã.
Srs. Deputados, passamos ao primeiro ponto da ordem do dia, que consta do debate do Relatório da X
Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate, conjuntamente com os projetos de resolução n.os
1554/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo a abertura de um inquérito que permita esclarecer o
desaparecimento dos arquivos do EMGFA, MDN e MNE da correspondência oficial entre estes organismos
com referência à exportação de material de guerra para o Irão (PSD, PS e CDS-PP) e 1555/XII (4.ª) —
Recomenda ao Governo a salvaguarda do acervo documental do Fundo de Defesa Militar do Ultramar e a
criação do arquivo Camarate, digitalizado e disponibilizado online, no site do Parlamento (PSD, PS e CDS-
PP).
Em primeiro lugar, vou dar a palavra ao Presidente da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de
Camarate, Sr. Deputado José de Matos Rosa.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — Sr.a Presidente, Sr.
as e Srs. Deputados: Começo por dirigir uma
sentida palavra de agradecimento a todos os Deputados e Representantes dos Familiares das Vítimas que
participaram ativamente nos trabalhos desta X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate e
com os quais tive a honra de partilhar esta missão enquanto Presidente.
Quero agradecer a todos o empenho e a dedicação com que se envolveram nos trabalhos desta Comissão
Parlamentar de Inquérito e, acima de tudo, agradeço-vos a genuína procura da verdade com que orientaram a
generalidade das intervenções, independentemente das ideias políticas de cada um. Foi um sinal de
maturidade política e de responsabilidade democrática que a todos nos honra.
O meu muito obrigado a todos vós.
Sabemos bem que a investigação às causas e circunstâncias da morte do Primeiro-Ministro Francisco Sá
Carneiro, do Ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, acompanhantes e pilotos, levanta inevitavelmente
naturais dificuldades no apuramento de todos os factos e na sua interpretação.
A existência de nove comissões de inquérito anteriores, ao longo destas quase quatro décadas que já
passaram desde a tragédia, traduz bem a sensibilidade deste assunto e as dificuldades em encontrar linhas
claras de investigação. No entanto, ficou provado que a queda do avião, na noite de 4 de dezembro de 1980,
se deveu a atentado.
Pela minha parte, reafirmo que nós, Deputados sociais-democratas, sentimos bem essa responsabilidade,
sentimos de forma acrescida a urgência da verdade, na medida em que se trata do fundador do nosso partido
e do nosso líder em funções, à data da tragédia. Mas estou convicto de que fomos capazes de respeitar
integralmente o cumprimento do mandato que nos foi conferido pelo povo e que exigia que colocássemos de
lado as naturais emoções e nos centrássemos na procura da verdade.