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19 DE NOVEMBRO DE 2015

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muito se falou de emigração apenas como arma de arremesso político. Os resultados eleitorais nos círculos da

emigração foram a melhor resposta.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Esta minha intervenção teve, infelizmente, de se adaptar a uma realidade que consideramos trágica e que

ainda hoje, infelizmente, teve mais desenvolvimentos. O que tem de ser tem muita força.

No entanto, como sempre, a vida tem de continuar. Por isso, depois dos atentados, Paris procura voltar à

normalidade, apesar do clima de insegurança que se instalou.

O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Termino já, Sr. Presidente. Peço-lhe alguma condescendência,

tanto mais que a comunidade portuguesa em França lhe é cara, como sabemos.

Os seus habitantes percebem, como todos devemos perceber, que não devemos ficar reféns destes

ataques cobardes, porque isso seria a pior resposta ao que aconteceu. A nossa comunidade volta, neste fim

de semana, a organizar um conjunto de eventos, retomando assim, também, a sua atividade normal.

Termino, lembrando as palavras do General de Gaulle, em 1944, na Câmara de Paris, no momento da

libertação da cidade. De Gaulle afirmava: «Paris outragé, Paris brisé, Paris martyrisé… mais Paris liberé!» Ou

seja, um Paris que tinha sido ofendido, um Paris que tinha sido destroçado, um Paris que tinha sido

martirizado, mas um Paris que estava libertado, e libertado pelos próprios parisienses.

Estas são palavras que se adequam, em parte, ao momento que vivemos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que termine, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Mas esta não é uma questão parisiense ou simplesmente francesa, nem sequer um tema de âmbito

europeu. É um tema mundial, é um tema global, porque atravessa fronteiras e deve ultrapassar interesses

nacionais, porque o que está em causa é um bem fundamental e um pilar essencial do mundo em que

vivemos e queremos continuar a viver: a liberdade.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Paulo Pisco.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Alberto Gonçalves, confesso que,

inicialmente, estava na disposição de felicitar o Sr. Deputado pela sua intervenção. Mas também confesso que

fiquei surpreendido por neste momento, que deve ser de unidade, estar a misturar duas coisas que é

completamente impossível misturar. É inaceitável este tipo de aproveitamento partidário.

Aplausos do PS.

Na realidade, Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, não há palavras que cheguem para descrever o horror

que se viveu no passado dia 13. Nem a emoção mais pungente pode manifestar suficientemente o sentimento

de dor perante as centenas de vítimas que, no espaço de poucas horas, ficaram prostradas, em vários pontos

da cidade, num banho de sangue.

A cidade luz ficou esmagada perante a crueldade dos atentados e o obscurantismo que eles representam.

E, mais uma vez, mas agora com muito maior violência do que no passado mês de janeiro: houve mais de 500

vítimas, entre as quais também cidadãos portugueses, mais de 130 pessoas morreram, muitas continuam em

estado grave, mais de 350 ficaram feridas. Um país inteiro, o mundo em estado de choque e em revolta. E

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