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12 DE FEVEREIRO DE 2016

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Agora, de repente, Sr. Primeiro-Ministro, descobre-se, percebe-se e pratica-se um caminho diferente, há

uma viragem, praticam-se medidas alternativas que não recaem sobre as famílias, como eles faziam. Portanto,

isto cria-lhes um certo desnorte. Aliás, é compreensível que assim seja.

Então, vêm dizer o quê? Veja bem, Sr. Primeiro-Ministro: vêm dizer que esta coisa da devolução dos

salários, do corte na sobretaxa, do descongelamento das pensões, da reposição de determinados apoios

fundamentais para o combate à pobreza é um favor que o Governo está a fazer aos partidos que, com o

Partido Socialista, assinaram uma posição conjunta.

Ora, como «Os Verdes» é um desses partidos, sinto-me extraordinariamente honrada com este favor,

como o qualifica a direita, Sr. Primeiro-Ministro. E porquê? Porque a direita nos vê, a nós, como aqueles que

estão, de facto, ao lado das pessoas e ao lado das famílias portuguesas e desejosos de arredar esta carga

brutal que recai sobre as famílias.

Aplausos do PCP.

Mas dizem mais: dizem que se está a dar com uma mão e a tirar com a outra. Veja bem isto, Sr. Primeiro-

Ministro, vindo de quem tirava com as duas mãos e com todas as mãos e pés que podia.

Aplausos do PCP, do BE e de Os Verdes.

Dizem que isto é um «toma lá, dá cá», aqueles que só diziam «dá cá, dá cá e dá cá»! Sr. Primeiro-Ministro,

isto é absolutamente inqualificável e absolutamente vergonhoso.

E, mais, quanto à Comissão Europeia, veja bem, Sr. Primeiro-Ministro, aquilo que eles fizeram: a Comissão

Europeia chantageava o nosso País, eles batiam o pé e, quase em segredo, mas de uma forma meio evidente,

diziam «façam chantagem, façam chantagem, que nós, PSD e CDS, bem precisamos». Isto é absolutamente

vergonhoso e deve ser desmascarado, porque o País, de facto, deve estar farto destas atitudes absolutamente

inqualificáveis.

Sr. Primeiro-Ministro — e hoje vou fazer a minha intervenção de seguida, porque já vi que não consegui

gerir bem o meu tempo —, queria colocar-lhe ainda mais duas questões.

Sr. Primeiro-Ministro, é tempo de começarmos a falar sobre o Programa Nacional de Barragens — aliás,

esta é uma matéria que consta da na nossa posição conjunta. De facto, foram cometidos muitos erros na

sequência desse Programa, designadamente, como bem nos recordamos, a construção da barragem do Tua.

É preciso que novos erros desta natureza não sejam cometidos e, por isso, quero saber qual é a

predisposição do Governo para a não construção das barragens da cascata do Tâmega. É fundamental que

comecemos a olhar para uma lógica de poupança energética e para uma lógica de conservação da natureza e

de aproveitamento dos nossos recursos numa base diferente.

Portugal já tem barragens a mais, barragens suficientes para a sua produção energética, não precisamos

de mais. Então, pergunto: qual é a predisposição do Governo neste sentido?

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe que conclua.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr. Presidente.

Já agora, se o Sr. Primeiro-Ministro pudesse responder a uma questão que já aqui foi colocada e que tem a

ver com a questão da central de Almaraz, talvez fosse importante dar essa informação ao País. Porquê?

Porque estamos sujeitos a um acidente nuclear com gravíssimas repercussões para Portugal. Na verdade, já

passou há muito o tempo de vida daquela central nuclear, por isso gostaria de saber que diligências e que

acompanhamento é que o Governo português está a fazer relativamente a esta matéria.

Muito obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.

Aplausos do PCP e do PAN.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

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