1 DE OUTUBRO DE 2016
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O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Socialista é, e sempre foi, um
partido da construção europeia. Contudo, o Partido Socialista não apresenta a visão acrítica que o PSD e o CDS
apresentam muitas vezes em matérias da União Europeia.
Protestos do PSD.
Estas sanções, a existirem, são injustas e injustificadas, a verdade é essa, mas a responsabilidade só pode
ser assacada ao Governo PSD/CDS. Estamos a falar de um período entre 2013 e 2015. Quem estava no
Governo neste período era o Partido Social Democrata e o CDS, o mesmo Governo que tinha como Primeiro-
Ministro o atual Deputado Pedro Passos Coelho, que dizia, entre outras coisas, que era necessário ir além da
troica, ser mais papistas do que o Papa e fazer mais do que a troica pedia. Afinal, não foi suficiente para cumprir
as medidas do Governo que a Comissão Europeia defendia.
A insuficiência do cumprimento que levou ao processo de défice excessivo foi da responsabilidade do
Governo do PSD e do CDS. Isso é claro!
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Também foi o Governo PSD/CDS que apresentou oito Orçamentos retificativos neste período — repito, oito
Orçamentos retificativos! —, não foi outro governo.
Não podemos igualmente esquecer que o Governo PSD/CDS sempre foi defendido pela Comissão Europeia
e o que está em causa são sanções que, a existirem, são da responsabilidade do PSD e do CDS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Obviamente que o Partido Socialista é contra as sanções.
Aplausos do PS.
As sanções são injustas e injustificadas, mas elas, a acontecerem, são da única e total responsabilidade de
quem esteve no Governo entre 2013 e 2015. A responsabilidade deve ser assacada a vocês, e devem assumi-
la, porque ir além da troica significou não cumprir e ultrapassar o défice excessivo de 3%.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para proferir a última intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A ameaça de sanções ou
a suspensão de fundos comunitários ao nosso País por parte da União Europeia é, na perspetiva de Os Verdes,
absolutamente inadmissível.
Em bom rigor, até poderia dizer-vos que estamos a falar de pressões que procuram desafiar um Estado
soberano, que procuram colocar em causa as escolhas dos portugueses e, sobretudo, que pretendem
condicionar as opções políticas do Governo português.
Fica a ideia de que a União Europeia olha de lado para os governos que pensam mais nas pessoas do que
nos mercados.
A União Europeia parece conviver mal com governos cujas políticas assentam na devolução de rendimentos
às pessoas e na reposição de direitos, que, aliás, foram removidos por opções do Governo anterior, do Governo
PSD/CDS, que seguiu cegamente as orientações da própria União Europeia e cujo resultado está agora à vista
de todos. Afinal, agora ameaçam com sanções, porquê? Porque o Governo anterior, o Governo PSD/CDS,
obedeceu cegamente às instruções da própria União Europeia. Esta é a causa das sanções.
Ora, isto é absolutamente inqualificável e deveria, aliás, levar a que todos os portugueses se sentissem
ofendidos com estas pressões e ameaças por parte da União Europeia.