7 DE OUTUBRO DE 2016
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Pelas suas qualidades humanas, políticas e intelectuais, António Guterres é, sem sombra de dúvida, uma
personalidade particularmente preparada para enfrentar a complexidade dos problemas do mundo atual e foram
os seus méritos que se revelaram capazes de mobilizar, no País, o empenhamento dos órgãos de soberania, o
esforço da diplomacia, o apoio do conjunto das forças políticas e da sociedade portuguesa, tornando a sua
candidatura, a todos os títulos, uma candidatura exemplar.
António Guterres, como futuro Secretário-Geral da ONU, é uma garantia em prol de uma ordem internacional
com menos conflitos, com adequado apoio às necessidades das populações perante crises humanitárias e com
um trabalho efetivo e consequente pela segurança e pela paz entre povos e nações.
Há uma Nação que se enche de orgulho e emoção, primeiro com a conferência de imprensa do Conselho de
Segurança, e, depois, com a indicação, por aclamação, feita à Assembleia Geral.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, congratula-se vivamente com a indicação de
António Guterres à Assembleia Geral para o cargo de Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas,
ocorrida hoje, dia 6 de outubro, pelo Conselho de Segurança, e aguarda, com grande expectativa, a confirmação
da sua eleição pela Assembleia-Geral da ONU.»
Sr.as e Srs. Deputados, vamos proceder à votação deste voto de congratulação.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade e aclamação, registando-se a ausência do PAN.
Segue-se um período de intervenções sobre o tema objeto do voto que acabou de ser aprovado.
Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em nome da bancada parlamentar
do PSD, quero felicitar o Eng.º António Guterres por esta indicação. Creio que ela é motivo de alegria e de
orgulho para todos os portugueses e, nessa medida, o Parlamento, como fórum representativo da vontade
popular do povo português, não pode deixar de se associar a este momento e endereçar, em primeira linha, ao
próprio, a sua palavra de felicitação.
Tal como o voto refere, é o culminar de um processo exigente, que ficou marcado pela competência com que
o Eng.º António Guterres o foi trilhando e que foi somando os apoios que permitem, hoje, esta indicação.
Queria também, em nome do PSD, enaltecer a proficiência de toda a nossa estrutura diplomática, que teve
aqui mais uma demonstração da excelência do seu trabalho e do resultado, que também lhe é devido, que
conseguimos obter.
Finalmente, Sr.as e Srs. Deputados, uma palavra também para registar o espírito verdadeiramente nacional
que envolveu os órgãos de soberania; a saber, o Sr. Presidente da República e o Governo, os partidos políticos,
personalidades e instituições da nossa comunidade, que cooperaram em busca daquilo que, estou convencido,
representa também o interesse nacional.
Sr.as e Srs. Deputados, o Eng.º António Guterres já evidenciou qualidades para poder liderar uma nova
agenda no mais relevante fórum de encontro dos povos e das nações do mundo. Através dele, Portugal
continuará a ser uma parte ativa numa agenda de paz, de cooperação e de solidariedade entre as nações; uma
agenda focada no desenvolvimento económico e social, mas sempre direcionada para o reconhecimento e para
a salvaguarda dos direitos humanos; uma agenda atenta às tensões e conflitos regionais, aos equilíbrios
geopolíticos, mas também às ameaças de posições radicalistas, se não — e, às vezes, mesmo — de fanatismos
ideológicos e civilizacionais; uma agenda atenta aos novos fluxos migratórios e ao flagelo que atinge muitas
pessoas que hoje fogem da guerra e da morte, precisamente, de uma forma desesperada, a que nenhuma nação
ou organização internacional pode ficar indiferente; e uma agenda também ativa e pró-ativa na preservação do
nosso planeta, do ambiente, relativamente às alterações climáticas, a tudo o que são preocupações de médio e
de longo prazo.
Termino, Sr. Presidente, dizendo que todos estes desafios são muito exigentes, mas nós temos uma grande
confiança em que, através deste nosso concidadão, Portugal vai, como noutros momentos da nossa história,
estar na primeira linha daquilo que é uma preocupação global com o bem-estar dos seres humanos.