I SÉRIE — NÚMERO 9
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Vamos, mais uma vez, ser parte do futuro, ser parte da aproximação dos povos e das culturas, ser parte da
obtenção da paz, da preservação dos direitos humanos, de forma solidária, para que todos tenham acesso a
uma vida tranquila e feliz.
Sr.as e Srs. Deputados, vivemos, hoje, mais um capítulo da vocação ecuménica do nosso povo, do nosso
querido Portugal. É mais uma forma de expressarmos aquilo que, ainda recentemente, na posse de Sua
Excelência o Sr. Presidente da República, aqui ficou evidenciado, com uma força grande desta nossa Nação
que é Portugal.
Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra, em representação do PS, o Sr.
Deputado Carlos César.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: António Guterres será o novo Secretário-
Geral das Nações Unidas. Esperam-no tarefas de enorme complexidade nos domínios da recuperação da
credibilidade da instituição aos olhos do mundo, mas, sobretudo, da regulação e da boa influência na resolução
de inúmeras pendências, que fazem perdurar, nas mais diversas partes do globo, conflitos, intolerâncias,
disfunções e desigualdades incompatíveis com a dignidade humana.
A sua eleição é uma grande alegria para todos nós. Para o PS, evidentemente, por razões de filiação natural,
mas para todos os portugueses, independentemente da sua condição e das suas preferências partidárias.
É uma vitória do mérito próprio, da humildade cívica e de uma vida ao serviço das pessoas. De uma vida
cívica empenhada, persistente e corajosa; de uma reiterada vontade de ajudar a construir; de uma competência
testada aos mais diversos níveis e cenários; de um indomável inconformismo; de um indestrutível sentido
humanitário; de uma determinação que nunca escapou ao diálogo e à moderação; de uma elevada consciência
sobre o valor de uma ação diplomática ativa ao serviço da concertação mundial e regional.
A sua nova condição de líder das nações é motivo de júbilo para uma instituição como a Assembleia da
República, que ele aqui serviu, justamente, entre outras formas, como Presidente do Grupo Parlamentar do
Partido Socialista, no qual, então, tive também a honra de servir.
E está também de parabéns o Governo e a diplomacia portuguesa.
É uma grande notícia para Portugal e, assim esperamos, uma boa notícia para o mundo, um mundo que
tanto necessita de quem o sirva com razão e com coração.
Aplausos do PS, do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda,
o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares,
Sr.as e Srs. Deputados: António Guterres foi aclamado como o novo Secretário-Geral da ONU e indicado pelo
seu Conselho de Segurança. É um motivo de regozijo para todas e todos nós e pelo qual o cumprimentamos.
É, em primeiro lugar, a vitória de um processo diplomático limpo e transparente, que conseguiu vencer as
jogadas de bastidores, algumas das quais chegaram mesmo do coração da Europa.
É uma vitória que revigora a própria ONU, mostrando que nem sempre as suas decisões são determinadas
pela tecnocracia, pelo calculismo político ou pelos alinhamentos internacionais, mas é também a vitória das
prioridades sobre a política internacional que António Guterres adotou como Alto-Comissário da ONU para os
Refugiados, e esperamos que essas continuem a ser o seu principal desafio agora, como Secretário-Geral das
Nações Unidas.
Num mundo cada vez mais complicado, a ONU perdeu objetivamente capacidade de influência e, dessa
forma, ficou mais frágil a defesa do direito internacional na solução pacífica dos conflitos e na defesa dos direitos
humanos.
Numa realidade que tantas vezes ultrapassa a própria ONU, é necessário repor a agenda da defesa desses
princípios e destes direitos nas preocupações das nações.