I SÉRIE — NÚMERO 17
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A legitimidade desta bancada vem de quem tirou o País da situação de pré-bancarrota! E alguns dos
senhores que estão sentados na bancada do Partido Socialista fizeram parte do Governo que levou o País a
esse estado.
Sr.as e Srs. Deputados, os senhores apoiaram um Governo que assinou um Memorando que cortava
pensões, cortava salários, cortava de forma cega a despesa nos serviços públicos…
O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Isso é falso!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … e vêm hoje, aqui, acusar de terem penalizado os serviços públicos
em Portugal aqueles que tiveram de cumprir o programa que os senhores assinaram com a troica?!
O Sr. Secretário de Estado perdeu uma grande oportunidade de esclarecer esta Câmara, mas sobretudo o
País, onde é que o Governo vai deixar de gastar 445 milhões de euros.
Ouvimos o Diretor-Geral dos Serviços Prisionais dizer que não tem dinheiro para pagar as alimentações dos
presos nos estabelecimentos prisionais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Esse problema já existia com o vosso diretor-geral!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ouvimos dizer que os hospitais estão em situação de emergência, que
para comprarem pensos, álcool, medicamentos, ou até para mandarem reparar um equipamento têm de pedir
autorização à tutela.
Ouvimos a Infraestruturas de Portugal dizer que não tem dinheiro para cumprir contratos e para reparar
estradas.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
Ouvimos as pessoas queixarem-se de que nem sequer há papel para os bilhetes dos transportes públicos
poderem ser emitidos.
E o Sr. Secretário de Estado, que de facto tem é jeito para a oposição, porque perdeu as eleições, vem aqui
ter o grande topete de não ser capaz de dizer aos portugueses onde é que o Governo está a cortar e vem dizer
que isto não é causa, não é efeito das vossas cativações!?
O Sr. Secretário de Estado, na sua intervenção, gastou mais 27 segundos do tempo de que dispunha. O
Grupo Parlamentar do PSD está na disponibilidade de lhe ceder 30 segundos — é com muito gosto que lhe
cedemos esse tempo — para que possa esclarecer, de uma vez por todas, onde é que o Governo vai cortar de
forma permanente 445 milhões de euros do Orçamento de 2016.
Já agora, para terminar, gostaria de dizer ao Partido Comunista Português e ao Bloco de Esquerda o
seguinte: os senhores falam, falam; falam é mais baixinho e não atuam em conformidade.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — A estratégia dos senhores é a de atirarem areia para os olhos dos
portugueses, porque, na verdade, bem na verdade, os senhores vão caucionar, com o vosso voto, o próximo
Orçamento do Estado, que continua esta saga de políticas erradas e de levar os serviços públicos à razia total.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Não havendo mais inscrições, passamos ao ponto seguinte da ordem do dia.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Outra vez?! Parece um autocarro atrasado!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.