27 DE OUTUBRO DE 2016
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particular em Portugal, onde o consumo de carne é absolutamente exagerado e tem repercussões na saúde das
pessoas.
Nesse sentido, Sr.as e Srs. Deputados, Os Verdes acreditam nas pessoas e na sua sensibilidade, assim haja
informação para o efeito, e entendem que os consumidores portugueses são sensíveis ao consumo responsável
com implicações sociais e ambientais e também ao consumo que pugne pela sua saúde.
Neste momento, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, queira concluir.
A Sr.ª HeloísaApolónia (Os Verdes): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que, se caminharmos no combate
às alterações climáticas, não podemos andar em contraciclo, e caminhar em contraciclo é, por exemplo,
pesquisar e explorar petróleo no Algarve, na Costa Alentejana e noutras zonas da nossa costa sem que haja
necessidade absolutamente nenhuma em relação às respostas que os portugueses podem e devem dar ao nível
das alterações climáticas e, mais, afeta a potencialidade de desenvolvimento sustentável das regiões. Mas sobre
isso, Sr.ª Presidente, teremos oportunidade de discutir daqui a pouco, num outro ponto da ordem do dia de hoje.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada, a Mesa registou a inscrição, para pedir esclarecimentos,
de Srs. Deputados do PS, do PSD, do BE, do CDS-PP e do PCP.
Entretanto, a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia informou a Mesa de que pretende responder em conjunto.
Sendo assim, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha.
A Sr.ª MariadaLuzRosinha (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, trouxe como tema
da sua intervenção uma matéria que, efetivamente, tem vindo a ganhar importância e tem preocupado não só
esta Assembleia, este País, como todos os governantes e, diria mesmo, toda a população mundial.
Ontem, teve lugar nesta Assembleia, promovida pela 11.ª Comissão em parceria com o Conselho Nacional
do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), uma Conferência que reuniu um vasto grupo de
especialistas que foram unânimes em assumir que Portugal tem dado grandes passos, quer na assunção dos
problemas, na sua consciência, quer na necessidade de adoção de medidas para a sua resolução.
No entanto, reconhece-se a necessidade de gerar políticas que conduzam e abram caminho a um novo
paradigma, paradigma esse que seja transversal a áreas tão fundamentais como o ordenamento do território, a
mobilidade, a descarbonização e as energias renováveis.
Assim sendo, diria que o grande desafio que se coloca neste momento ao Governo é a construção de políticas
para a transição energética, uma preocupação de topo, com o reconhecimento de todos.
Por isso, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, gostaria de lhe perguntar o que acha o Partido Ecologista «Os
Verdes» de considerarmos a redução dos apoios aos combustíveis fósseis em compensação com o reforço do
apoio às energias renováveis.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo
Oliveira.
O Sr. JorgePauloOliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, o PSD sempre
encarou a matéria das alterações climáticas como uma prioridade da política nacional e, mesmo num período
de gigantescos constrangimentos económico-financeiros inerentes ao cumprimento de um programa de
ajustamento, foi capaz de implementar importantes reformas na energia, no ambiente, no ordenamento do
território e no combate às alterações climáticas.
Os resultados são expressivos e foram mesmo alvo de reconhecimento internacional. Recordo que, em 2013
e em 2014, fomos considerados o quarto País com melhor desempenho em matéria de ação climática. Em 2015,
ascendemos à 10.ª posição, no Fórum Económico Mundial.