I SÉRIE — NÚMERO 20
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que precisávamos. É o início de um caminho que irá, certamente, consolidar-se e confirmar que o modelo de
desenvolvimento deste Governo assenta, de facto, na valorização do conhecimento, na cultura e nos valores
intrínsecos à capacitação dos portugueses.
Srs. Deputados, isto não é retórica, não são palavras vazias. Pouco ou muito, o Ministério da Cultura tem,
efetivamente, um acréscimo de 6% no seu orçamento para 2017,…
Aplausos do PS.
… o que, no contexto das obrigações internacionais a que este Orçamento do Estado está condicionado,
prova que para o PS a cultura conta.
O mesmo não poderá dizer a direita, que nunca conseguiu fazer o mesmo. Os números que apresentou no
Orçamento do Estado para 2015 não eram reais e foram devidamente desmontados, na altura.
Em todas as rubricas do orçamento do Estado para a cultura há reforços evidentes. Em todas elas há
aumentos claros: na Cinemateca Portuguesa, na Fundação Côa Parque, na Direção-Geral do Património
Cultural, no Fundo de Fomento Cultural (FFC), no Instituto do Cinema e do Audiovisual, no OPART (Organismo
de Produção Artística, EPE) — aí há um aumento de mais de 4 milhões —, no Teatro Nacional de São João, e
até nas fundações há uma reversão para 20%, dos cortes de 30% que a direita impôs. E até as obras de Vieira
da Silva vão ser adquiridas, com um investimento de 5,5 milhões.
Sr.as e Srs. Deputados, não é possível argumentar contra as evidências dos números. A cultura vai ter mais
orçamento em 2017, mesmo que alguns gostassem que assim não fosse. Mas é! A cultura ganha com este
Orçamento e, por isso, os portugueses ganham com este Orçamento.
No setor da comunicação social, como sabemos, será alargada a oferta da TDT (Televisão Digital Terrestre)
e o Grupo Parlamentar do PS vai apresentar uma alteração, na especialidade, para repor 2 milhões de euros
para a Lusa, os quais estavam em falta neste Orçamento. Portanto, para além do orçamento que temos para a
cultura, ainda vamos ter mais 2 milhões de euros para consolidar o «bolo» final.
Aplausos do PS.
Quanto à CAV (contribuição para o audiovisual) da RTP, tem havido queixas relativamente à entrega direta
da verba para o Ministério das Finanças, mas há um parecer do Tribunal de Contas que a isso obriga.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Isso é falso!
A Sr.ª Gabriela Canavilhas (PS): — Meus Caros Srs. Deputados, ao contrário do anterior, este Governo
cumpre as indicações do Tribunal de Contas e cumpre as indicações do Tribunal Constitucional. Este Governo
comporta-se no quadro da lei, portanto, terá de cumprir as indicações dos órgãos superiores e, nesse sentido,
terá de fazer essa orientação da verba. No entanto, esta Assembleia irá avaliar e assegurar-se de que toda a
verba irá integralmente para a RTP.
Entre as principais medidas programáticas, refiro a aprovação, no Conselho de Ministros de ontem, de uma
medida da maior importância. Foi aprovada uma resolução que estabelece que o Ministério da Cultura e o
Ministério dos Negócios Estrangeiros vão coordenar, em conjunto, a política estratégica para a promoção
portuguesa no estrangeiro. Esta é uma medida da maior importância. Não são palavras vãs, são medidas
concretas.
Há também a participação da cultura no orçamento participativo — é uma inovação que vai aproximar os
cidadãos da cultura — e medidas que entrecruzam o turismo com a cultura.
Destaco, ainda, a celebração de contratos-programa com os teatros nacionais. Em quatro anos e meio, a
direita não conseguiu fazer assinar contratos plurianuais com os teatros nacionais. Aliás, os últimos contratos
foram assinados com o último Governo socialista.
Minhas Senhoras e meus Senhores, finalmente, a cultura está em marcha com este Governo socialista. É
um novo ciclo que está em marcha e gostava apenas de pedir ao Sr. Primeiro-Ministro e ao Governo o seguinte:
ouvi ontem o Sr. Ministro das Finanças dizer que estavam isentas de cativações a saúde e a educação. Lembro-
me de um período em que a ciência, durante 10 anos, esteve sem cativações. Era muito bom que a cultura