5 DE NOVEMBRO DE 2016
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O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada, não é uma questão retórica.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Termino, Sr. Presidente.
… há, sobretudo, um investimento na confiança.
Diz Jeanette Boulet que o coração da democracia habita no poder local e eu digo que, neste Orçamento,
mais uma vez, esta democracia, este acreditar no poder local…
O Sr. Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — … está patente em cada linha e, sobretudo, no aumento das transferências,
em 2,9%.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Continuamos a reforçar o poder local e as populações deste País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro Adjunto, o senhor veio definir o anterior
Governo, aquele que salvou o País da bancarrota, como um governo que confrontou o Estado de direito. Pois
bem, Sr. Ministro, confrontar o Estado de direito é levar o País à bancarrota e, depois, fugir. Isto não lhe recorda
nada, a si, pessoalmente?! É que fazia parte desse mesmo Governo!
O Sr. João Galamba (PS): — Quem é que fugiu?!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Vários dos que aqui estão!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Em segundo lugar, Sr. Ministro, queria dizer-lhe que este Orçamento
está em confronto com muita coisa. Está, desde logo, em confronto com a realidade, em confronto com a classe
média, em confronto com o crescimento, em confronto com as exportações, em confronto com o investimento.
Aliás, este Orçamento só está convergente com o aumento da dívida pública e de todo o tipo de impostos,
diretos e indiretos,…
Aplausos do CDS-PP.
… sejam eles o «IMI das vistas» ou o ataque à propriedade dos portugueses, por motivos puramente
ideológicos.
O Sr. Ministro terminou com transportes e autarquias, que são o espelho deste Governo.
Relativamente aos transportes, não há bilhetes para o metro, mas o Sr. Ministro diz: «Azarucho! Foi um
azar!». Normalmente, quando falham todas as metas, dizem que a culpa é de Bruxelas, mas aqui foi mesmo da
falta de sorte.
Há comboios para reparar, faltam carruagens.
Veio falar dos STCP, dizendo que os devolveu às autarquias. Sr. Ministro, devolveu-os a um consórcio
privado, perante o silêncio do Bloco de Esquerda e do PCP. A um consórcio privado, Sr. Ministro!
Por fim, e por falar em autarquias, este Orçamento mostra o facilitismo e a falta de rigor que levou o País à
bancarrota e fez com que o anterior Governo se tivesse retirado. É que desresponsabiliza os autarcas pelas
suas decisões, perante o Tribunal de Contas.
Gerir o bem público, rigor, fiscalização e PS são, isso sim, conceitos em confronto, há muitos anos, e os
portugueses têm-no pago muito caro.