I SÉRIE — NÚMERO 20
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ao poder local, de centralismo e de desconfiança relativamente à gestão local, que teve sempre, nesses quatro
anos, saldos orçamentais positivos e que ainda neste ano se tem destacado, como aconteceu no primeiro
semestre, por reduzir em mais 200 milhões de euros o volume de dívida global do setor local.
Este é o Orçamento de um Governo que acredita na descentralização. Quando a direita, desesperada, tentou,
à última hora, fazer ajustes diretos da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, este é o Governo que vai
descentralizar, para os municípios da Área Metropolitana do Porto, a gestão dos transportes coletivos.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Já agora, em Lisboa também!
O Sr. Ministro Adjunto: — Enquanto a direita se manifestou abandonando o País, fechando tribunais, pondo
a justiça a mais de 100 km dos cidadãos em tantos locais, este Orçamento permite a reabertura ou a elevação
de competências de 43 tribunais, garantindo uma justiça de proximidade para todos.
Aplausos do PS.
Onde a direita, à pressa, veio eliminar qualquer benefício que permitisse uma esperança para o interior,
destruiu emprego e promoveu a emigração, este é o Orçamento que cria uma taxa de 12,5% de IRC para as
pequenas e médias empresas localizadas no interior.
Este é o Orçamento que, ao aprovar o Programa Nacional para a Coesão Territorial, aposta na esperança,
aposta na confiança, nos cidadãos, no interior, em todo o território nacional, aposta num contrato de confiança
com as autarquias locais que permitirá consolidar, desta vez, finalmente, a descentralização e a simplificação
administrativa, que são os verdadeiros pilares, as pedras angulares de uma verdadeira reforma do Estado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, dois Srs. Deputados. Pergunto ao Sr.
Ministro Adjunto como pretende responder.
O Sr. Ministro Adjunto: — Em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Com certeza, Sr. Ministro.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Susana Amador, do PS.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Ministro Eduardo Cabrita, Sr.as e
Srs. Deputados, de facto este Orçamento do Estado para o setor do poder local representa, mais uma vez, e já
assim foi em 2016, um reencontro com os princípios constitucionais da autonomia e da subsidiariedade.
Por isso, acima de tudo, este Orçamento, com o Partido Socialista, significa que voltámos a respeitar a
autonomia local, a Carta Europeia da Autonomia Local, bem como os autarcas deste País, representantes das
populações de Portugal.
Aplausos do PS.
Sr. Ministro, queria ainda dizer que, neste Orçamento, sublinham-se, de facto, três grandes mudanças, ou a
consolidação de mudanças, que estão em curso. Em primeiro lugar, o reforço de competências e da autonomia
dos autarcas no âmbito do quadro de dirigentes; em segundo lugar, o reforço da autonomia das assembleias
municipais;…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — … em terceiro lugar, no que diz respeito às isenções e benefícios fiscais, há
uma reposição de autonomia, há um acreditar no desenvolvimento e na coesão territorial…