29 DE NOVEMBRO DE 2016
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O Sr. Presidente: — Sim, é essa a intenção. Na discussão do artigo 1.º também serão feitas intervenções
finais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Nós não temos essa intenção. Por isso, seria mais adequado a Sr.ª Deputada
Rita Rato fazer uma intervenção agora, antes das intervenções finais, sobre o artigo 213.º.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª RitaRato (PCP): — Sr. Presidente, vale sempre a pena, ainda mais quando se trata de matérias sobre
a Administração Pública e os direitos dos trabalhadores, e a proposta que aqui trazemos é sobre esta questão.
Com esta proposta, vimos responder à necessidade de regularização das situações da consolidação da
mobilidade intercategorias e intercarreiras dos trabalhadores da Administração Pública central e local.
Milhares de trabalhadores, com esta proposta do PCP, veem a possibilidade de consolidação nos serviços
onde prestam trabalho, o que é importante, valoriza o seu trabalho e valoriza a estabilidade dos serviços.
Valeu a pena lutar. Há muito que os trabalhadores alertavam para esta necessidade.
Com o anterior Governo PSD/CDS, por falta de abertura de concursos de acesso a outras categorias e
carreiras, os trabalhadores ficavam em situação de mobilidade sem a sua consolidação.
Por isso mesmo, digo, mais uma vez, que valeu e vale a pena intervir, nesta sede, para valorizar os direitos
dos trabalhadores e lutar por um País mais justo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Sobre o artigo 1.º — Objeto, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. DuartePacheco (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, estamos
a terminar o debate do Orçamento do Estado para 2017.
Na verdade, este Governo beneficia de condições únicas. Beneficia de uma maioria parlamentar submissa,
que vota tudo, pondo em causa princípios que antes defendia, seja o tratado orçamental, seja o valor do défice
— isso agora deixou de ser relevante —, e em que tudo é aceite em nome da sobrevivência do Governo. Este
Governo beneficia da cooperação do Sr. Presidente da República, que, criando um clima de confiança e de
estabilidade no País, acaba por favorecer o próprio Governo.
Nessa lógica, Portugal devia ter um crescimento muitíssimo superior àquele que nos apresenta. Como o
Governo não soube aproveitar as condições excecionais, apresenta-nos, quer para este ano, quer para o
próximo ano, um nível de crescimento inferior àquele que tivemos em 2015.
Este Orçamento não promove o crescimento e irá agravar o endividamento para tapar o processo
complicado, e ainda indefinido, da Caixa Geral de Depósitos.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado. Peço-lhe que conclua.
O Sr. DuartePacheco (PSD): — Termino, Sr. Presidente, de imediato, dizendo que este Orçamento pode
assegurar a sobrevivência do Governo, mas não é bom para o País, não serve o interesse do País, não tem um
rumo e, por isso, votaremos contra a sua aprovação.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Ainda sobre o artigo 1.º, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,
obviamente que o PSD termina este debate, na especialidade, fazendo provocações às outras bancadas porque
tem pouco mais para dizer do Orçamento.
Aplausos do PCP e de Deputados do PS.