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13 DE JANEIRO DE 2017

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Veja bem, Sr. Presidente! Mas, de facto, o assunto tem que se lhe diga.

Vou mesmo terminar, Sr. Presidente.

Como eu estava a dizer, nós, portugueses, que sempre dissemos «não» ao nuclear e defendemos o nosso

ambiente e a segurança das nossas populações e do território, não podemos, efetivamente, ficar calados,

impávidos e serenos perante esta questão.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, confesso que acreditei mesmo

em si, mas, enfim…

Risos.

Sr.ª Deputada, a Mesa regista cinco inscrições para pedidos de esclarecimento. Como deseja responder,

Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado

Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, em primeiro lugar, quero

dizer-lhe que, obviamente, e não é nenhuma novidade — já tínhamos tido ocasião de conversar aqui consigo

sobre esta matéria —, em relação à questão de fundo, estamos de acordo. De resto, penso que, nesta matéria,

será difícil encontrar um português que, em relação à questão de fundo, não esteja de acordo consigo e

connosco.

No entanto, isso não resolve o problema, que nós sabemos qual é. Estamos, de facto, a falar da extensão

do funcionamento de uma central nuclear, que chegará a 40 anos, com mais estes 20 anos. Estamos a falar de

dois reatores que, ainda por cima e é importante lembrá-lo, têm acumulado incidentes — penso que foram ao

todo sete os incidentes, tendo o último sido reportado como um incidente de categoria 1, ou seja, um incidente

com gravidade. Estamos a falar de uma central que está situada a pouco mais de 100 km da fronteira portuguesa,

utilizando para o seu arrefecimento o rio Tejo, cuja importância para nós, portugueses, e muito mais nesta cidade

de Lisboa, nos dispensamos de explicar, pelo que se trata de um grande risco para Portugal. Ou seja, Portugal

suporta os riscos, mas não colhe nenhum dos benefícios da existência desta central.

É este o problema com que estamos confrontados e a nossa posição, unânime, deve ser a de que,

obviamente, a central não deve ultrapassar o seu período normal de vida e este armazém, este aterro, este

depósito — seja qual for o nome que for utilizado — não deve ser construído.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Portanto, por aqui, estamos todos de acordo.

É evidente que o Governo espanhol tem interesse em prolongar a existência desta central. O investimento

está feito, a despesa está feita, neste momento ela é essencialmente receita e, por isso, pode ter interesse, mas

há riscos que têm de ser ponderados.

A questão em que podemos discordar, Sr.ª Deputada, e em benefício do debate, é sobre aquela que tem

sido a atuação portuguesa, designadamente a atuação do Governo português. A verdade é que o Sr. Ministro

do Ambiente começou por dizer, em sede de Comissão, que o Governo espanhol estava a tratar do assunto e

não era nada de preocupante.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.