I SÉRIE — NÚMERO 39
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E esta tendência regista-se em todos os grupos de maior prevalência do desemprego: nos desempregados
de longa duração, cuja taxa diminuiu 1 ponto percentual, e, sobretudo, no desemprego jovem, em que a taxa se
reduziu 4,7 pontos percentuais.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, os números que aqui apresentei confirmam que 2016 foi um ano de
viragem e um ano de confirmação de que havia não só uma alternativa de Governo, mas também de políticas.
Nas contas públicas, no crescimento económico, no emprego, na confiança dos investidores e das famílias, os
sinais de mudança estão aí.
Em 2017, neste ano que agora iniciamos, prosseguiremos este caminho. Com um Orçamento que volta a
apostar na melhoria do rendimento das famílias e da proteção social, com a eliminação da sobretaxa sobre o
IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares) e da contribuição extraordinária de solidariedade, com
o aumento do salário mínimo nacional, o aumento real das pensões, a atualização do indexante de apoios
sociais, a conclusão da reposição salarial na Administração Pública e o combate à pobreza infantil, com o reforço
do abono de família para as crianças até aos 3 anos.
Este ano já será também marcado pelo reforço do investimento, na melhoria da qualidade dos serviços
públicos — na saúde, na educação, nos transportes — e pela promoção de um crescimento económico
sustentável.
Depois de, em 2016, termos desbloqueado a aplicação de fundos comunitários, passando de 4 para 460
milhões de euros, repito, de 4 para 460 milhões de euros, a transferência de fundos para as empresas, vamos
mais do que duplicar este valor, alcançando, ao longo deste ano, 1000 milhões de euros de fundos comunitários
a financiarem o investimento das empresas.
Aplausos do PS.
Também no que respeita aos incentivos ao investimento, vamos concretizar, como está previsto no
Orçamento, as medidas fiscais do Programa Capitalizar e os benefícios em sede de IRS para investimento em
start-up, com o Programa Semente.
Mas este é também um ano de aposta no investimento público, que cresce 20% face a 2016, com destaque
para o investimento de proximidade, em 200 escolas básicas e secundárias, três novos hospitais, a execução
do plano de modernização das forças de segurança, a prioridade à reabilitação urbana e os investimentos
previstos no plano Ferrovia 2020.
O ano 2017 será, pois, o ano de prosseguir a política de recuperação de rendimentos e de promoção do
investimento. Mas será também o ano de avançar, de forma integrada, na prossecução da estratégia que
definimos para vencer os bloqueios estruturais do País, implementando o Programa Nacional de Reformas, a
qualificação dos portugueses, a valorização do território, a modernização do Estado, a inovação da economia,
a capitalização das empresas, o reforço da coesão social e a redução das desigualdades.
Em suma, a concretização dessa estratégia é a nossa prioridade para o futuro, prosseguindo o triplo desígnio
que escolhemos para esta Legislatura: termos mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos dar início à fase de perguntas e respetivas respostas.
Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, do Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro,
neste nosso primeiro debate do ano de 2017, quero cumprimentá-lo e esperar que o resto do ano possa trazer
uma correção do discurso que aqui nos fez, porque veio traçar-nos uma história sobre 2016 e anos precedentes
que simplesmente não casa com a realidade. É uma ficção.
O Sr. Primeiro-Ministro pode até vir dizer — como começou, durante quase metade do seu discurso —, de
forma quase autocongratulatória, que consegue reduzir o défice em 2016 e eu espero que sim. Já disse nesta
Câmara, noutras ocasiões, que, mesmo que as políticas não estejam erradas, o custo para Portugal de não
cumprir esses objetivos é demasiado elevado e, portanto, espero que sim, que os possa cumprir.