18 DE JANEIRO DE 2017
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, por uma vez, tem razão.
Não fiz milagres! Fiz uma coisa simples: governar.
Aplausos do PS.
Vozes do PSD: — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E governar com um resultado diferente do seu.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Isso é verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Onde o Sr. Deputado falhou, nós cumprimos!
Vozes do PSD: — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em quatro anos e oito Orçamentos retificativos, nunca alcançou o objetivo
previsto.
Nós, num Orçamento, sem medidas adicionais e sem Orçamento retificativo, temos o défice mais baixo da
democracia, um défice de 2,3%.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Deputado ainda se deve interrogar como conseguimos, porque o Sr. Deputado em março de 2016 até
dizia o seguinte: «Se pudéssemos todos devolver salários, pensões e impostos e, no fim, as contas batessem
todas certo, isso seria fantástico».
Não vou dizer tanto, Sr. Deputado, não acho que tenha sido fantástico. Acho que foi só o resultado daquilo
que nos comprometemos a fazer, e fizemos, com a determinação que a ação governativa nos permitiu para
cumprir todos os compromissos.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Sr. Deputado chegou a recomendar o voto! Nós não nos esquecemos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Recomendo, aliás, ao Sr. Deputado que reveja declarações interessantes da
sua anterior Ministra das Finanças que, com uma impagável arrogância intelectual, demonstrou que era
aritmeticamente impossível o défice ficar abaixo de 2,5%, de 2,7% e, até, de 3%, mas agora tem de reconhecer
que temos um défice de 2,3%, repito, de 2,3%, Sr. Deputado!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Com mais impostos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, a sua intervenção só tem um título: O discurso do mau perder.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Vejo, Sr. Deputado, que finalmente está acompanhado pela sua bancada! Quando o País tem um bom
resultado, os senhores unem-se, no mau perder, pelos bons resultados do País!