I SÉRIE — NÚMERO 41
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Quanto à questão dos lobbies, Sr.ª Deputada, é evidente que a obrigação do Governo é a de contrariar aquilo
que é a má prática corporativa dos interesses instalados, que geram desperdício, fraude e ineficiência.
Sr.ª Deputada, deixe-me fazer-lhe uma pergunta direta. Pouco tempo depois de ter tomado posse, eu disse,
em tom elogioso sincero, que o Ministro Paulo Macedo tinha criado, pela primeira vez, uma estrutura interna no
Ministério da Saúde que verdadeiramente se tornou eficiente, eficaz, na melhoria do controlo interno e de
prevenção e luta contra a fraude. É verdade! E sabe que mais, Sr.ª Deputada? Eu aproveitei-a, aprofundei-a e
desenvolvi-a e, hoje, em 2016, temos melhores resultados, mais inquéritos, mais pessoas detidas por más
práticas relativamente a usos que são incorretos na utilização dos dinheiros públicos. E vamos continuar com
toda a energia, porque se há coisa de que não temos receio, Sr.ª Deputada, é dos lobbies, pode ter a certeza
que não.
Finalmente, respondo em relação às questões dos genéricos e da lei dos compromissos.
Quanto à questão dos genéricos, Sr.ª Deputada, felizmente também terminámos o ano com uma progressão
na quota de mercado dos medicamentos genéricos e com a continuação da diminuição do custo médio de
medicamentos genéricos. Infelizmente, para que ela aumente mais depressa, precisamos que mais moléculas
percam a patente e que mais moléculas possam ser passadas para o regime dos genéricos.
Mas, como sabe, estabelecemos um acordo com a Associação Nacional das Farmácias e com a Associação
de Farmácias de Portugal para que haja um regime de incentivos que faça com que também na farmácia, para
além da intervenção do médico, que é decisiva na prescrição, se aumente a confiança junto do doente e que na
farmácia seja também o farmacêutico um agente ativo de dispensa de um medicamento mais genérico. Temos
esse objetivo, lutaremos por ele até ao fim da Legislatura, por uma quota de, pelo menos, 60%, Sr.ª Deputada.
Sr.ª Deputada, quanto à lei dos compromissos, registo que leu e repetiu aquilo que eu disse. Aliás, é um
prazer ouvir os Srs. Deputados do PSD lerem e repetirem as coisas que eu digo, porque, de facto, apesar de
tudo, há um sentido interno de coerência, e é bom.
Sr.ª Deputada, a lei dos compromissos, tal como eu disse nessa altura que a senhora referiu, é uma lei da
República e, como todas as leis da República, deve ser cumprida com rigor, inteligência e bom senso. E está a
sê-lo. E isso está a ser uma oportunidade para que o sistema seja mais controlado, mais eficiente e mais seguro.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para uma réplica, a Sr.ª Deputada Fátima Ramos.
A Sr.ª Fátima Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, queria dizer apenas duas coisas. Em primeiro
lugar, a preocupação com a saúde é uma realidade por parte do PSD, assim como todo o esforço feito pelo PSD
quando esteve no Governo para lhe deixar uma herança melhor do que aquela para a qual os senhores estão
neste momento a trabalhar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Fátima Ramos (PSD): — E sabe qual é o seu problema, Sr. Ministro? É que o Serviço Nacional de
Saúde precisa de ser sustentável. Existe um conjunto de fatores que levam a que se gaste mais: uma população
mais idosa e alguma inovação.
Mas é preciso termos um País que produza mais, que crie mais riqueza, que gere rendimento, para que o
senhor possa investir nesse Serviço Nacional de Saúde que tanto precisa.
E o que se passa, Sr. Ministro, é o seguinte: fruto de muitas incongruências da extrema-esquerda e do Partido
Socialista que, neste momento, está na extrema-esquerda, este País hoje tem menos confiança, investe menos
— foi o que aconteceu no Serviço Nacional de Saúde e em todo o País —, o PIB cresce menos, cria menos
riqueza. E não havendo riqueza, Sr. Ministro, como o senhor sabe, o senhor pode prometer muitos sonhos, mas,
chegado o final do ano, o investimento é menor e as pessoas estão pior. E, de facto, Sr. Ministro, o que nós
queremos é que os senhores invertam esse tipo de discurso,…
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.