I SÉRIE — NÚMERO 41
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empreendedores têm iniciativa local, entendemos que deve ser prosseguido o objetivo de garantir — esperemos
que aconteça um dia — que o SNS tenha cobertura plena em todo o território.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem ainda a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira.
O Sr. MoisésFerreira (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, numa coisa estamos de acordo: o PSD
e o CDS não darão lições a ninguém sobre investimento no Serviço Nacional de Saúde, porque, no passado, a
única coisa que souberam fazer foi cortar.
É óbvio que o Bloco de Esquerda saúda qualquer investimento e o esforço de contratação que está a ser
feito. Mas, perante a situação do Serviço Nacional de Saúde e perante a necessidade de dar melhores cuidados
de saúde às portuguesas e aos portugueses e aos utentes em geral, é preciso mais contratação de profissionais,
é preciso mais investimento, o que, obrigatoriamente, necessita de libertação de recursos.
Portanto, os recursos financeiros não podem ser consumidos com transferências para privados fazerem
cirurgias, para privados fazerem exames, para privados colocarem profissionais nos hospitais ou para parcerias
público-privadas.
Sobre o que o Sr. Ministro disse em relação às parcerias público-privadas, quero dizer-lhe que quem vai ao
mercado não vai só para ver montras, vai para comprar. Por isso, tendo em conta a resposta que deu,
assumimos que o Sr. Ministro quer, efetivamente, manter as parcerias público-privadas. Do ponto de vista do
Bloco de Esquerda, é um erro. A canalização de recursos para privados em nada beneficia o Serviço Nacional
de Saúde.
É mais do que tempo de dizer que a saúde e o Serviço Nacional de Saúde em Portugal não são um mercado
para privados virem cá fazer lucro, são, sim, para os utentes terem a assistência de que necessitam.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, a Sr.ª Deputada Isabel
Galriça Neto.
O Sr. PedroFilipeSoares (BE): — Sr. Presidente, o Sr. Ministro da Saúde tem de responder à réplica do
Bloco de Esquerda.
O Sr. Presidente: — Tem razão, Sr. Deputado.
Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde.
Pausa.
Srs. Deputados, está a haver alguma dificuldade de adaptação à utilização desta norma regimental. Afinal, é
mesmo a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto a usar da palavra.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª IsabelGalriçaNeto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados: Sr. Ministro da Saúde, começo por cumprimentá-lo a si e à sua equipa. Já sabe, Sr. Ministro, que
não deve esperar do CDS qualquer tipo de argumentação sobre a teoria do caos, mas, sim, sobre a teoria do
realismo, a propósito da qual, há largos meses, o questionámos.
Relembro o Sr. Ministro do facto de nunca termos dito que estava tudo mal. Aliás, reconhecemos — e fomos
até criticados por isso — as suas competências e as da sua equipa, mas existiam problemas e o senhor foi o
primeiro a dizer que as coisas tinham mudado.
Portanto, Sr. Ministro, hoje queremos clarificar problemas e respostas que têm de ser diferentes. Perante a
sua competência, permita-me que lhe diga, Sr. Ministro, esperamos que não seja através daquilo que o senhor