28 DE JANEIRO DE 2017
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Governo, entre 2011-2015, cujas opções políticas contribuíram para um profundo agravamento das condições
de vida dos idosos e dos reformados.
O empobrecimento dos reformados, pensionistas e idosos ganhou novas e mais graves dimensões durante
esses quatro anos: quebra nos seus rendimentos resultantes dos cortes ou diminuição do valor das pensões —
a única fonte de rendimento para a grande maioria — bem como cortes nas prestações sociais e aumento das
despesas com a alimentação, a energia, a saúde, os transportes, entre outros bens e serviços essenciais.
Aprofundaram-se as situações de solidão e de isolamento de idosos associadas a pobreza extrema, a fluxos
migratórios e à desertificação de regiões do País.
Do conjunto de iniciativas legislativas apresentadas pelo CDS referenciamos, pela gravidade das suas
propostas, o projeto de resolução n.º 338/XIII (1.ª), sobre incentivos para a contratação de desempregados com
mais de 55 anos, já que os mesmos são feitos colocando em risco a proteção social dos trabalhadores e são
feitos à custa da segurança social e da sua perda de receitas, o que é inaceitável, e o projeto de resolução n.º
341/XIII (1.ª), que prolonga o tempo de trabalho dos idosos, quando pretende equiparar ao setor público o regime
do setor privado para que se continue a trabalhar depois dos 70 anos, num inadmissível ataque ao direito ao
descanso de quem trabalhou uma vida inteira.
A garantia de um envelhecimento com dignidade faz-se com políticas que respondam à elevação das
condições de vida dos trabalhadores e de mais de três milhões de reformados, pensionistas e idosos que, na
sua esmagadora maioria, têm como meio de subsistência a sua reforma ou pensão.
A garantia de um envelhecimento com dignidade faz-se no combate à pobreza entre idosos, no combate às
situações de isolamento e solidão.
A garantia de um envelhecimento com dignidade passa por assegurar o direito ao descanso e responder às
aspirações de um largo número de reformados e pensionistas que pretendem manter-se ativos e usufruir de
uma ocupação saudável dos seus tempos livres, mas valorizando os seus saberes e experiência, assegurando
as condições para uma forte participação de índole associativa, cultural, social.
O caminho que defendemos é de garantia da autonomia económica e social, através da elevação dos
rendimentos dos reformados, pensionistas e idosos; do cumprimento do direito à saúde concretizado pelo
Serviço Nacional de Saúde com serviços públicos de proximidade; da efetivação do direito à mobilidade e ao
transporte público; da criação de uma rede pública de equipamentos e serviços públicos de apoio à terceira
idade; do incentivo à participação na vida social, política e cultural.
Este caminho não está minimamente refletido nas propostas apresentadas pelo CDS-PP, que só pretendeu
esconder as responsabilidades que teve na profunda degradação das condições de vida dos reformados,
pensionistas e idosos.
A Deputada do PCP, Diana Ferreira.
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Nota: As declarações de voto anunciadas pelo Deputado do PS Rui Riso e do BE Pedro Filipe Soares não
foram entregues no prazo previsto no n.º 3 do artigo 87.º do Regimento da Assembleia da República.
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Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.