I SÉRIE — NÚMERO 44
36
Srs. Presidente, Srs. Deputados: Gostaríamos de ter tido também oportunidade de preparar uma intervenção
a propósito deste voto de pesar, porque, naturalmente, da parte do PCP, não gostaríamos de deixar de
aproveitar a oportunidade para sinalizar não só o percurso, mas a atitude cívica e política do Prof. Mário Ruivo
e o legado e o exemplo que nos deixa, não só na sua intervenção cívica e política mas também na abertura de
horizontes de intervenção para as jovens gerações em relação a problemas não só sociais mas também mais
globais, nomeadamente de natureza ambiental.
Com esta curta referência, o Grupo Parlamentar do PCP associa-se ao pesar pela morte do Prof. Mário
Ruivo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para o mesmo efeito, a Sr.ª Deputada Berta Cabral.
A Sr.ª Berta Cabral (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria também, nesta ocasião, associar-me
a este voto e subscrever as palavras do Sr. Presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território,
Descentralização, Poder Local e Habitação, que julgo terá intervindo em nome de todos os Deputados dessa
Comissão.
Queria, portanto, em nome da Comissão, e também em nome do Grupo Parlamentar do PSD, deixar a nossa
homenagem ao Prof. Mário Ruivo, que foi, como todos sabemos, um reputado cientista ligado aos oceanos.
O seu nome ficará indelevelmente marcado na história do nosso País por todas as suas realizações
profissionais e científicas, como investigador ligado aos oceanos e agora, também, ligado ao Conselho Nacional
do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, do qual era Presidente.
Há muito pouco tempo, tivemos a honra de o ter connosco numa iniciativa organizada pela Comissão de
Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.
Deixo, pois, aqui a nossa palavra de congratulação pela apresentação deste voto e do nosso pesar pelo seu
falecimento.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Joaquim Barreto, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Joaquim Barreto (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cabe-me, enquanto Presidente da
Comissão de Agricultura e Mar, evocar também a figura do cientista e do cidadão exemplar Mário Ruivo.
Falar dele é lembrar a sua personalidade visionária e reconhecer a sua mente inquieta, sempre em busca de
mais conhecimento, que nos quis dar a conhecer o que ele considerava o tesouro mais bem guardado da terra
— os oceanos.
Mário Ruivo teve uma vida cheia, dedicada ao serviço público. Ergueu-se, ainda jovem, contra as injustiças
do fascismo e, após o 25 de Abril, já professor e ideólogo, desempenhou vários cargos no Estado, dos quais
destaco o de Ministro dos Negócios Estrangeiros e o de Secretário de Estado das Pescas.
Em Portugal, a sua liderança no Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável foi uma
garantia de exigência científica e de acompanhamento crítico contínuo de iniciativas, públicas e privadas, com
impacto no ambiente e no território.
A sua presença na Expo 98 foi determinante, a do homem que sempre lutou para colocar o mar na esfera
pública. Ajudou-nos a ter uma visão holística dos oceanos.
Como Presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, manteve sempre
uma colaboração pronta e profícua com a Assembleia da República, também através da Comissão de Agricultura
e Mar, facto que quero realçar e enaltecer neste momento de pesar.
Enquanto representante dos municípios portugueses no CNADS, tive o privilégio de conhecer de perto o
homem bom, afável, de convicções, valores e princípios, defensor de causas públicas, promotor de consensos,
que muito prestigiou esta instituição.
Morreu um amigo, embaixador dos oceanos, um defensor do ambiente, um homem livre mas integralmente
comprometido com um mundo melhor.