4 DE FEVEREIRO DE 2017
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noto, um esforço para a estabilidade, para a valorização dos professores, não num tempo de facilidades, mas
antes num período marcado por uma situação absolutamente adversa de difícil recuperação do País da crise e
da bancarrota.
Não foi a esquerda que vinculou mais de 4000 professores aos quadros, mas um Governo do PSD e do CDS;
não foi a esquerda, mas um Governo do PSD e do CDS que melhorou e estabeleceu os novos regimes para a
formação inicial e contínua dos professores;
Não foi a esquerda, mas um Governo do PSD e do CDS que tratou as questões da mobilidade com a justiça
e a dignidade que os professores merecem.
E, pasme-se, não foi a esquerda, mas um Governo do PSD e do CDS que, pela primeira vez em décadas,
impediu que os docentes fossem contratados sucessivamente e ilimitadamente sem jamais acederem aos
quadros.
Sr.as e Srs. Deputados, tudo isto foi feito num tempo de emergência e de superação das dificuldades deixadas
pelo Partido Socialista e pelo Governo de José Sócrates.
Não deixa, por isso, de ser irónico assistir a uma verdadeira encenação da esquerda, a mesma esquerda
que achou normal terem sido abertas apenas 100 vagas nos quadros em 2016 quando nada impedia a abertura
de milhares.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Pedro Alves (PS): — A mesma esquerda que engole impávida o agravamento da falta de assistentes
operacionais nas escolas neste ano letivo; a mesma esquerda que aqui bate com a mão no peito, diz que exige,
mas, na verdade, viabiliza um orçamento que manifestamente não cobre as despesas com pessoal; a mesma
esquerda, que parece, inclusivamente, ter-se esquecido do descongelamento das carreiras.
Sr.as e Srs. Deputados, o Governo, finalmente aprovou, ontem, em Conselho de Ministros, o novo diploma
de vinculação extraordinária para 2017, sem previamente ter enviado às estruturas sindicais a proposta final
para análise pública. Isto depois de o Sr. Primeiro-Ministro ter afirmado, na passada sexta-feira, que as
negociações não estavam terminadas. Enfim, são formas de estar.
O que sabemos é que, ao contrário das expectativas criadas pelo Governo e pelo próprio Primeiro-Ministro,
em 2017 serão apenas vinculados cerca de 3000 professores — menos 1000 do que os vinculados pelo Governo
do PSD e do CDS — e serão estudadas futuras vinculações. Se tomarmos por medida os estudos para a falta
de assistentes operacionais, estamos conversados.
Também sabemos que os contratos a termo resolutivo passam a não poder exceder o limite de quatro anos
ou três renovações e não os três anos ou 1095 dias de serviço prestado, tal como está apresentado na proposta
do PCP, ou o limite de três contratos sucessivos, previstos no Código de Trabalho, e prestados em um ou mais
grupos disciplinares.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. PedroAlves (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
O que sabemos é que o novo diploma responsabiliza, como diz o Sr. Ministro da Educação, os professores
que não aceitam horários. O que sabemos é que os professores do ensino particular e cooperativo que prestam
serviço público de educação há dois anos não serão considerados professores de segunda categoria.
Estamos a assistir, nesta Casa, a mais uma encenação da esquerda. Por isso, Sr.as e Srs. Deputados,
assumam-na!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr. AnaRitaBessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para tratar da questão da
contratação de professores seria importante começar por conhecer a estimativa das necessidades permanentes
de docentes por agrupamento, prevendo a demografia, as aposentações e as alterações que decorrem da