2 DE MARÇO DE 2017
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com a necessidade de sensibilizar a população em geral para combater causas, identificar sintomas e facilitar o
diagnóstico e o tratamento.
Da parte do Bloco de Esquerda, manifestamos toda a disponibilidade para discutir, trabalhar e avançar com
medidas para reforçar a prevenção da doença, a promoção da saúde, a vigilância e os melhores diagnósticos e
tratamentos para todos os doentes com anemia.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo por saudar, em nome do Grupo
Parlamentar do Partido Comunista Português, os mais de 4500 subscritores desta petição e também a
Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia, que a dinamizou e que, aliás, ao longo da sua existência tem
feito estudos que permitem termos hoje mais conhecimento sobre esta doença, os portugueses que são afetados
por ela e a necessidade de serem tomadas medidas para, de facto, se debelar e controlar esta situação.
Como já aqui foi dito, a anemia afeta cerca de 20% da população portuguesa, pelo que se trata, efetivamente,
de um problema de saúde pública. Mas não basta dizermos que 20% da população tem anemia, importa dizer
que, destes, 84% não têm sequer conhecimento de que sofrem deste problema e — pasme-se! — apenas 2%
recebem tratamento. Estes números devem alertar-nos e convocar-nos para a necessidade de serem tomadas
medidas urgentes para se intervir de uma forma sistemática e oportuna neste problema.
Como os peticionários dizem no seu texto, há, de facto, impactos muito significativos da doença, quer ao
nível social quer ao nível económico. Relativamente aos impactos sociais, há um grande comprometimento da
qualidade de vida, da disponibilidade mental e física, e, no caso de não ser tratada, a anemia pode até levar ao
agravamento de outros problemas de saúde, como é o caso da insuficiência cardíaca. Os peticionários alertam
também para a existência de um subdiagnóstico e de um subtratamento, uma realidade, aliás, que os dados
anteriormente referidos comprovam.
Há também um outro alerta que nos é aqui deixado e que vai, até, no sentido da petição. Esse alerta diz respeito
à necessidade de sensibilizar e de aumentar o conhecimento não só dos profissionais mas também da própria
população, porque existem sintomas da anemia, como a fadiga mental, a sensação de cansaço, a irritação, as
tonturas, a perda de concentração, a redução de capacidades físicas, que, muitas vezes, são confundidos com outras
doenças, designadamente do foro psicológico, e que levam, provavelmente, a este subdiagnóstico da anemia.
Portanto, também a esse nível é, de facto, necessário trabalhar-se para a consciencialização da população
e da comunidade médica e para a sensibilização das entidades públicas para a importância da tomada de
medidas para este problema. Este é, no entendimento do PCP, outro aspeto muito importante para uma
intervenção precoce neste problema.
Dada a inequívoca importância deste problema, objeto desta petição, entende o PCP que ele deve merecer
a maior atenção dos decisores políticos.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente.
Por isso, por se tratar de um problema de saúde pública, deve ser encarado e integrado na política de saúde
pública e, por isso, deve ser instituída a prática do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico e
terapêutico adequado.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — A última intervenção sobre esta petição será proferida pelo Sr.
Deputado José António Silva. Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. José António Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por saudar os
promotores da petição subscrita por 4521 peticionários, que pretendem a criação do Dia Nacional da Anemia.