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I SÉRIE — NÚMERO 57

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nos trazerem este tema para discussão. A Assembleia da República irá, com certeza, utilizar todos os

mecanismos ao seu dispor de forma a divulgar perante a sociedade esta doença, combatendo e diminuindo os

seus efeitos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto para

uma intervenção.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar por

saudar os peticionários, que reclamam a criação do Dia Nacional da Anemia. Saudamos a iniciativa de cidadania,

pois esta questão da anemia tem, efetivamente, relevância, quer pela sua prevalência quer pelo impacto na

qualidade de vida dos portadores.

Trata-se de um verdadeiro problema de saúde pública, que requer a intervenção de várias entidades e o

empenho de todos. Exige-se a sensibilização da população em geral e uma maior formação e consciencialização

dos profissionais de saúde sobre esta temática e as suas reais implicações e formas de prevenção e tratamento.

Sem desvalorizar a eventual criação do Dia Nacional da Anemia, entendemos que o fundamental passa por

adotar medidas consistentes e articuladas, numa estratégia nacional para o problema. O Ministério da Saúde

deverá estar na primeira linha e participar ativamente na busca de respostas concretas para melhorar esta

situação e na disponibilização de meios efetivos que, efetivamente, facilitem que os profissionais possam ajudar

as pessoas portadoras de anemia.

O CDS acompanhará esta temática e dará o seu melhor contributo ativo para melhorar a qualidade de vida

de tantos portugueses afetados por uma condição à qual não somos indiferentes.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira para uma

intervenção.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, naturalmente,

gostaria de cumprimentar e saudar os mais de 4000 peticionários e, se me permitem, a Associação Portuguesa

para o Estudo da Anemia em particular, por proporcionarem este debate em Plenário e também por todo o

trabalho que fazem e que, certamente, continuarão a fazer em torno da sensibilização para esta problemática,

para esta doença, bem como por todo o trabalho que têm feito sobre a anemia.

É, aliás, através de muito do trabalho da Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia que nos é

permitido conhecer hoje muitos dos dados sobre a prevalência e a consequência desta doença em Portugal.

Assim, a sua prevalência em Portugal é de 20%, mais do dobro da média em países comparáveis, calcula-se

que 90% das anemias são provocadas por deficiência de ferro, que 84% das pessoas com anemia desconhecem

ter a doença e que apenas 2% da população portuguesa recebem tratamento.

Estes dados são da maior importância por permitirem conhecer a realidade, certamente, mas também devem

merecer-nos muita preocupação.

Em primeiro lugar, deve preocupar-nos a sua elevada prevalência, que, convém recordar, é mais do dobro

da média dos países comparáveis, ou seja, dos países com mais ou menos a mesma situação económico-social.

Se noutros países a média de prevalência é de 9%, em Portugal ela é de 20%, e, portanto, há que atuar e,

certamente, intervir nas causas. E intervir nas causas é intervir nas políticas de prevenção da doença, nas

políticas de vigilância ativa, muito em torno dos cuidados de saúde primários, e também, certamente, nas

questões relacionadas com a dieta, com os estilos de vida e com as rotinas do nosso dia a dia.

Mas há ainda outros dados que nos preocupam, essencialmente porque demonstram que há um

subdiagnóstico e um subtratamento das pessoas que têm anemia, o que quer dizer que há muitas pessoas que

durante muitos anos são portadoras desta doença, têm os sintomas desta doença e não têm nenhum tipo de

tratamento. Desse ponto de vista, acompanhamos, certamente, aquela que é a preocupação dos peticionários