I SÉRIE — NÚMERO 60
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O Sr. Primeiro-Ministro: — … dizendo que uma notícia do Público tinha sido «plantada» pelo Governo.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, peço-lhe o favor de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E depois…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, eu gostaria de concluir, mas preciso de condições.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Não se sabem comportar!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Como estava a dizer, depois de 15 dias em que todo o País percebeu o que
aconteceu, até V. Ex.ª, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, depois de me insultar, depois de pôr em causa o
Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e toda a gente, no passado sábado, viu-se
forçado a fazer esta coisa extraordinária: criticar o seu próprio Governo e o seu próprio Secretário de Estado
pelas responsabilidades. E em vez de vir aqui, hoje, pedir desculpa, ainda queria que fosse eu a pedir-lhe
desculpa?! É preciso muita desfaçatez, Sr. Deputado!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado Pedro Passos Coelho pede a palavra para que efeito?
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — É para a defesa da honra, Sr. Presidente.
Vozes do PS: — Ah!…
O Sr. Presidente: — Pode justificar a que se deve esse pedido de defesa da honra, se faz favor?
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente, nunca pensei que tivesse de invocar esta figura
regimental para responder a um Primeiro-Ministro nesta Câmara. Mas, Sr. Presidente, há limites para a
desonestidade no debate político.
Protestos do PS.
Neste Parlamento, confrontei sempre o Primeiro-Ministro com resultados de política. Confrontei sempre o
Primeiro-Ministro com as suas próprias promessas. Perguntei ao Primeiro-Ministro, por várias vezes, as
diligências que o Governo fazia para obter os resultados com que se tinha comprometido. Discuti sempre com
lealdade parlamentar …
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — E, já agora, a defesa da honra? Isto é alguma defesa da honra?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Então, não foi pedido para justificar?