16 DE MARÇO DE 2017
47
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.
Este Governo do Partido Socialista, com o apoio do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda e
do Partido Ecologista «Os Verdes», lançou uma fiscalidade extraordinária em sede de ISP (imposto sobre os
produtos petrolíferos e energéticos), uma fiscalidade que era suposto ser transitória e, acima de tudo, ter uma
compensação com o aumento do preço do petróleo que faz subir também a receita fiscal. Ora, isso não está a
acontecer e é também um abuso sobre os consumidores que, nesse sentido, são sempre a parte mais frágil
desta equação.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada
Fátima Ramos. O Sr. Deputado Pedro Mota Soares já não dispõe de tempo para responder. Ainda assim, se a
Sr.ª Deputada pretender pedir esclarecimentos, tem a palavra.
A Sr.ª Fátima Ramos (PSD): — Sr. Presidente, quero cumprimentar o Sr. Deputado Pedro Mota Soares, o
PAN e todos os consumidores e associações de defesa dos consumidores. Este é um dia extremamente
importante, um dia em que o PSD quis também marcar esta agenda, preocupado com as pessoas e com os
consumidores.
Quero dizer ao CDS que muitas das preocupações que apresentou são também as nossas preocupações.
De facto, nós também nos preocupamos com o preço excessivo do gás de botija e com a falta de informação
das pessoas e, por isso, apresentámos um projeto de resolução que vai nesse sentido e que julgamos ser
mesmo complementar àquilo que foi dito pelo CDS.
Na verdade, existe muita legislação que protege as pessoas, mas, por falta de conhecimento e de formação,
as pessoas não sabem e não podem servir-se dessa mesma informação.
Há pouco, foram aqui referidas as entidades reguladoras. Ora, o PSD também se preocupa com isso, quando
sugere que seja dada mais informação por parte do Estado sobre o papel das entidades reguladoras, sobre o
que elas fazem, sobre as várias associações, sobre aquilo de que os consumidores podem recorrer para se
defenderem.
Por isso, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, quero dizer-lhe que estamos em sintonia. E acho que pensar que
as pessoas hoje estão bem defendidas só porque a lei existe, quando o Estado não lhes dá a informação que
lhes deve dar, é pensar errado, é «enfiar a cabeça na areia». Ora, isso o PSD não quer. O PSD está ao lado
das pessoas e quer defender as pessoas.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Temos hoje diante de nós
um conjunto de iniciativas legislativas com um objetivo comum, que é o de procurar reforçar os mecanismos de
defesa do consumidor, numa realidade onde cada vez mais os consumidores tendem a ser a presa fácil do
mercado.
Certamente, estamos todos de acordo quanto à necessidade de concentrar esforços e atenção em novas
realidades ou em novos contornos que o tráfego jurídico vai assumindo. São contornos cada vez mais exigentes,
do ponto de vista da garantia dos direitos do consumidor, até porque as próprias empresas procuram
invariavelmente «dar a volta» às disposições legais, como, aliás, sucedeu recentemente com as operadoras de
telecomunicações relativamente aos períodos de fidelização.
Mas, no conjunto dos direitos do consumidor, o direito à informação ganha uma relevância absolutamente
decisiva, porque só uma informação completa e leal pode possibilitar uma decisão consciente e responsável por
parte dos consumidores.