I SÉRIE — NÚMERO 65
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A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De facto, o PSD não
é obrigado a concordar com o Ministro da Saúde. Mas trazer à Assembleia da República um voto de protesto
sobre uma parte de uma afirmação do Sr. Ministro da Saúde desinserida de contexto, é, no mínimo, lamentável.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, não é desta forma que o PSD consegue trazer a crispação social que tanto procura.
Só posso contrapor que, no anterior Governo, se verificou o maior desinvestimento no capital humano, esse,
sim, o principal fator de qualificação e de desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde.
Também quanto aos hospitais que o Sr. Deputado mencionou, de facto, os hospitais abriram nessa altura,
quando os Srs. Deputados estavam no Governo, mas o capital para esses investimentos não foi o Governo do
PSD que disponibilizou.
E, entre 2011 e 2015, do que me recordo e todos nos recordamos é que se assistiu à maior desvalorização
dos profissionais, com reduções remuneratórias de centenas de milhões de euros, bem como à maior redução
de efetivos de que há memória, conduzindo o Serviço Nacional de Saúde pelos mínimos. Contra isso, sim, é
que devíamos protestar e disso, sim, é que nunca devíamos esquecer.
Os Srs. Deputados do PSD protestem, continuem a protestar, mas podem ter uma certeza: não nos desviam
de continuar a compatibilizar justiça social com rigor na gestão sem gerar crispação social.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça
Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS condena a política
de endividamento crescente no SNS por parte deste Governo — tem-no feito em múltiplos debates e em sede
de comissão, em visitas ao terreno e em tomadas de posição públicas. O CDS discorda do teor das afirmações
do Sr. Ministro da Saúde sobre o alegado desinvestimento no SNS por parte do anterior Governo.
Votaremos a favor deste voto.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, uma primeira referência para dizer o seguinte: registamos
que, depois da discussão que se realizou na Conferência de Líderes a propósito dos votos, o PSD insista e não
queira contribuir para o bom funcionamento da Assembleia da República. Agora, até já temos esta novidade de
haver votos sobre declarações de membros do Governo.
Aplausos do PCP, do PS e de Os Verdes.
Mas se queremos discutir políticas de saúde, vamos, então, discutir aquelas que foram as consequências
das políticas que o PSD e o CDS implementaram, durante os quatro anos em que estiveram no Governo, e que
impediram — e foi exatamente isto que aconteceu — o acesso de muitas e muitas pessoas aos cuidados de
saúde a que têm direito.
Protestos do PSD.
Insistem em branquear e em querer esconder as consequências dessa mesma política. Mas nós relembramo-
las: aumentaram brutalmente as taxas moderadoras; impediram que muitos cidadãos tivessem acesso,
nomeadamente, a tratamentos oncológicos; encerraram, reduziram e concentraram serviços e valências;
negaram o tratamento aos doentes com hepatite C; os hospitais não tinham materiais para funcionar em