I SÉRIE — NÚMERO 71
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Mas, Sr. Secretário de Estado da Energia, Sr.as e Srs. Deputados, nomeadamente da geringonça, as rendas
excessivas têm um «pai» e têm uma história. Os senhores, seguramente, não desconhecem aquilo que é a
produção em regime especial. A produção em regime especial mais não é do que renováveis e cogeração pagas
na produção, na comercialização por CIEG (custos de interesse económico geral), que o Partido Socialista,
enquanto governo, aumentou de 500 milhões de euros para 2500 milhões de euros, três vezes mais —…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … com o Partido Socialista em silêncio e com o Bloco de Esquerda e o
PCP a fazerem de conta que nada acontecia. Esse é o maior aumento factual registado daquilo que são borlas,
rendas excessivas e prémios pagos ao setor electroprodutor. Essa é uma realidade.
Porém, se falarmos do défice tarifário, verificamos que também tem um «pai» e uma «mãe»: Manuel Pinho
e José Sócrates.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Tem dois «pais»!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — No caso, são dois «pais», é verdade. Mas é bom que percebam que a
origem foi aí.
Sabem por que é que houve défice tarifário? Porque na produção em regime especial, com os pagamentos
feitos em CAE (contrato de aquisição de energia), CMEC (custo de manutenção de equilíbrio contratual) e
garantia de potência, quando chegaram à conclusão de que o regulador sugeriu ao Governo aumentos de 13 e
14% do preço da energia, os senhores não tiveram coragem para assumir esse aumento e, como havia eleições,
criaram o défice tarifário. E ele tem vindo a aumentar, até hoje. O único Governo que reduziu o défice tarifário
foi o Governo do PSD/CDS.
Protestos do PS.
Os senhores adiaram o fim do défice tarifário, fizeram uma geringonça e o prazo para acabar com o défice
tarifário foi adiado.
Já fiz a pergunta ao Sr. Secretário de Estado, mas vou querer voltar a fazê-la. Sr. Secretário de Estado, o
serviço da dívida reduziu neste ano, mas o que é que vai acontecer nos anos seguintes? O Sr. Secretário de
Estado quer explicar-nos o que é que vai acontecer nos anos seguintes? Era bom sabermos o que é que vai
acontecer nos anos seguintes.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Os senhores vão ter de explicar quais são, em concreto, os instrumentos
legislativos que visam a redução das rendas excessivas. É que, no Governo do PSD e do CDS — e já não tenho
muito tempo, mas posso fazer distribuir documentação —, apresentámos dois pacotes de cortes de rendas
excessivas, a saber: redução de subsídios pagos aos produtores de eletricidade em cogeração — Portaria n.º
140/2012—, com uma poupança de 996 milhões de euros; redução de custos alcançado com a produção eólica,
com o benefício do regime remuneratório anterior a 2005, mais 151 milhões de euros; introdução do limite de 25
anos para a duração da tarifa de garantia de pequenas centrais hídricas, mais 285 milhões de euros; redução
dos custos com os CMEC, 205 milhões de euros.
Instrumentos legislativos, projetos de lei, portarias, tudo foi feito. Ao fim de um ano e meio de governação,
qual é o resultado que os senhores têm para apresentar?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Quais são os instrumentos em concreto? Como é que o consumidor olha
para a legislação… Sei que vem aí o Poupa Mais e uma entidade que ajudará o consumidor, e outros truques.
Mas, na verdade, como hoje ficou provado, aquilo que os senhores tinham previsto em sede de Orçamento do