I SÉRIE — NÚMERO 71
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Por fim, destaco a aprovação do Compromisso para o Crescimento Verde, envolvendo a sociedade civil num
esforço único de fixação de metas ambientais ambiciosas para o País.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, à atual maioria nada disto interessa, embora governem beneficiando
do muito que se fez.
Recordo que foi apresentada ao País uma solução de governo supostamente estável, credível e duradoura.
Infelizmente, tal como em muitos outros setores, também na política energética constatamos que assim não é.
As contradições entre as posições políticas dos diferentes partidos que apoiam o Governo são notórias. As
iniciativas legislativas diversas e as respetivas votações assim o comprovam.
O recente desentendimento no que se refere à prospeção e exploração de petróleo entre os partidos da
maioria é apenas mais um exemplo de que algo não vai bem na coligação social-comunista. E assim lá vai o
argumento da credibilidade e da estabilidade.
Deste Governo o que temos é uma borla fiscal de centenas de milhões de euros às grandes empresas e o
aumento do combustível para as famílias e empresas, numa história vergonhosa de um imposto adicional sobre
os combustíveis, imposto, esse, que seria revisto trimestralmente e que, afinal, veio para ficar e para penalizar
todos, sem exceção.
Sr. Presidente, Sr.as Srs. Deputados, é também por estes tristes episódios que olhamos para o futuro com
preocupação. Pouco se tem feito pela dificuldade manifesta em criar consensos na atual maioria. Só assim se
explicam as iniciativas que o Partido Socialista hoje traz a debate: um conjunto de generalidades, em que se
propõe um estudo para avaliar os 10 anos da coexistência das tarifas reguladas e liberalizadas — portanto, mais
uma estratégia igual à existente — e se recomenda que não se abandone o recurso às energias renováveis.
Enfim, estudos e recomendações sobre tudo e sobre nada e dos quais nada resulta de forma palpável para
o cidadão.
À inação do Governo e à manifesta dificuldade de criar consensos dentro da maioria, o PS propõe estas
iniciativas para amaciar os parceiros de coligação e criar a ilusão de que algo se está a fazer.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. EmídioGuerreiro (PSD): — É curto, muito curto. O País, os cidadãos e as empresas não podem
esperar mais.
É este o desafio que deixamos: façam, deixem-se de conversas e governem! Afinal, onde está a maioria
estável, credível e duradoura? São ou não capazes de cumprir o que afirmaram ter? Se sim, governem de uma
vez por todas e poupem-nos a fingimentos paliativos, que nada resolvem.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado
da Energia.
O Sr. SecretáriodeEstadodaEnergia: — Sr. Presidente, Caro Colega Secretário de Estado dos Assuntos
Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: Há um ano, Portugal tinha os preços da eletricidade e do gás natural
mais caros da Europa. Um ano depois, conseguimos que mais de 800 000 famílias tivessem acesso automático
à tarifa social, um desconto de mais de 30% na fatura das famílias.
Ainda nesta semana, um relatório da Comissão Europeia assumiu como positivas todas as novas medidas
adotadas pelo Governo e pela Assembleia da República no sentido do controlo de custos e da redução de preços
aos consumidores, tais como: a investigação à dupla subsidiação das renováveis; a opção clara, tomada pelo
Governo, de autorizar renováveis sem tarifas feed in, ou seja, sem subsídios pagos pelos consumidores;…
Aplausos do PS.
… a realização de leilões para a garantia de potência — um subsídio que até 2032 iria custar, se nada se
fizesse, 665 milhões de euros aos consumidores; a definição de critérios de rigor com vista ao decréscimo dos
custos com a interruptibilidade.