20 DE ABRIL DE 2017
17
Segundo o Sr. Deputado, isto é uma impossibilidade, pois nós não baixámos a taxa de IRC e o investimento
das empresas acelera.
Sr. Deputado, concorda ou não em que este dado do INE, oficial, põe em causa algumas das suas teorias e
que, ao contrário do que diz, a não descida do IRC não só não teve qualquer impacto negativo no investimento
empresarial como até fez com que acelerasse, o que talvez explique que o investimento empresarial depende
de outros fatores, que não da taxa do IRC, nomeadamente dos rendimentos das famílias portuguesas, que os
senhores não queriam aumentar e que nós aumentámos.
Aplausos do PS.
Relativamente à natalidade o Sr. Deputado não falou dela, mas o CDS apresenta-se sempre como o partido
da família. Porém, grande parte das políticas de apoio à família foram criadas pelo Partido Socialista e não pelo
CDS. Pergunto-lhe duas coisas, Sr. Deputado: considera, ou não, que pegar exatamente no mesmo envelope
financeiro destinado às famílias e distribuí-lo de forma mais igualitária, não tratando de forma discriminatória
filhos de ricos e filhos de pobres, e, já agora, no âmbito do rendimento social de inserção, repor o apoio por filho
são medidas que, aumentando o apoio financeiro às famílias, melhoram a política de natalidade em Portugal?!
Estas são as três perguntas que lhe deixo, Sr. Deputado, e agradecia que o CDS respondesse.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota
Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Galamba, agradeço as suas
questões.
Se me permite, começo por responder à questão que me colocou sobre investimento.
Penso que estou a falar com o mesmo Deputado João Galamba que fazia parte de um grupo de sábios —
era o sábio Galamba, era o sábio Centeno, era o sábio Brilhante… — que dizia que era possível o investimento
em Portugal subir 7,8%. Ora, o investimento em Portugal, em 2016, Sr. Deputado — dados do Instituto Nacional
de Estatística —, caiu 0,1%. E, portanto, o sábio Galamba, o sábio Centeno, o sábio Brilhante, pelos vistos, não
estavam muito certos na sua previsão.
Mas, Sr. Deputado, gostava de continuar a falar de algumas das previsões que o senhor fazia: crescimento
do PIB, em 2016, 2,4%. Ficou em 1,4%, abaixo até do crescimento de 2015, que os senhores diziam ser muito
pouco.
O Sr. João Galamba (PS): — Qual era o défice?! Diga lá!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Curiosamente, como sabe, Sr. Deputado, em 2015, em que houve
uma baixa do IRC, a arrecadação fiscal, em sede de IRC, até subiu.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ah, pois!
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Mas, se quiser, Sr. Deputado, vamos continuar a falar de algumas
previsões que os senhores faziam. Previsão das exportações: 6%. Valor verificado: 4,4%.
Mas, curiosamente, o Sr. Deputado, que tanto falava da dívida pública, deixou de falar da dívida pública.
Porquê?! Será que foi porque o Sr. Deputado previa que a dívida pública iria estar em 128% e que ultrapassou
os 130% do PIB?! Será por causa disto, Sr. Deputado?!
A segunda questão, que, para nós, é muito importante, tem a ver com a natalidade das famílias. Como o Sr.
Deputado sabe, o quociente familiar, que os senhores retiraram, foi uma medida que, em sede de IRS, significou,
para as famílias com filhos, um desagravamento fiscal, o mais significativo que aconteceu.