I SÉRIE — NÚMERO 78
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De facto, são problemas muito graves e, ao fim de ano e meio, Srs. Deputados do Partido Socialista e dos
partidos que apoiam o Governo, já teria sido tempo de tomar medidas e decisões concretas para modificar um
panorama gravíssimo, para além da possibilidade de terem resolvido a passagem do Centro Hospitalar do Oeste
a EPE.
Portanto, falam, mas, hipocritamente, não fizeram nada modificar problemas que são sobejamente
conhecidos.
A região do Oeste precisa de novas respostas a nível de cuidados hospitalares, respostas essas que vão
para além dos contributos dos autarcas sobre estas matérias e que deverão ser suportadas por pareceres
técnicos sólidos que validem a boa utilização dos dinheiros públicos e possam conduzir, como o CDS sempre
disse, a uma resposta hospitalar condigna para as populações do oeste.
Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo que continuaremos atentos e estaremos a acompanhar esta
problemática, garantindo aqui, uma vez mais, às populações do Oeste que podem continuar a contar com o
CDS.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª RitaRato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, queria saudar, em nome do
Grupo Parlamentar do PCP, os mais de 4000 peticionários, bem como quem está a assistir, nas galerias, à
discussão desta petição que visa a construção de um novo edifício para o hospital de Torres Vedras.
Pretendo falar do hospital de Torres Vedras porque creio que aqueles que dirigiram esta petição à Assembleia
da República nos merecem, pelo menos, isso, ou seja, que falemos da sua situação concreta. Por isso mesmo,
porque falamos desta situação concreta, condenamos o encerramento do bloco de partos deste hospital, Sr.
Deputado Duarte Pacheco, e a retirada de valências que valorizavam em muito a resposta deste hospital de
Torres Vedras, que também respondia a utentes da Lourinhã, do Cadaval e de parte do concelho de Mafra.
Entendemos que é justa a reivindicação da construção de um novo edifício para o hospital de Torres Vedras,
bem como é justa a reposição das valências que foram retiradas ao centro hospitalar. Esta também é uma
reivindicação dos profissionais e das populações.
Gostaria também de dizer que hipocrisia política é tomarmos decisões contra as pessoas e depois virmo-nos
lamentar das consequências.
Estou quase a ficar rouca, mas, ainda assim, queria dizer que terei sempre voz para alertar para estas
matérias e, de facto, o PCP alertou para essas consequências.
Neste sentido, apresentámos o projeto de resolução n.º 362/XIII (1.ª) que previa a rejeição da proposta de
reorganização dos cuidados hospitalares da região do Oeste, iniciativa que foi, à data, rejeitada pelo PSD e pelo
CDS.
Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, é pena que venha lamentar agora uma coisa que tinha tido oportunidade
de evitar.
Sobre a proposta que o PS traz a debate, queremos dizer que não podemos estar de acordo com a alteração
do estatuto jurídico deste hospital. A proposta que o PS faz de alteração do hospital de Torres Vedras para EPE
não vai ajudar a resolver nenhum dos problemas, pelo contrário.
Se o CDS está efetivamente preocupado com esta matéria, poderá acompanhar o PCP. Entendemos que a
empresarialização da saúde e a transformação de um direito num negócio em momento algum responde às
necessidades das populações, pelo contrário: agudiza este problema.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada Rita Rato, a Mesa elogia o esforço que fez para
terminar a sua intervenção.
Srs. Deputados, está terminada a nossa ordem de trabalhos de hoje.
A próxima sessão plenária realiza-se amanhã, pelas 10 horas, e da ordem do dia consta, em primeiro lugar,
um debate de atualidade, requerido pelo CDS-PP, sobre o aumento do imposto sobre os combustíveis.