22 DE ABRIL DE 2017
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Onde é que os senhores estão? Pelos vistos no tempo novo, na maioria parlamentar que penaliza os
contribuintes e ajuda os bancos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado
André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para o PAN, o debate sobre o Novo
Banco não se deve resumir à privatização ou não do banco mas, sim, às responsabilidades sociais e
económicas, que, mais uma vez, recairão sobre os ombros dos cidadãos.
Neste caso específico, consideramos que a venda do terceiro maior banco a operar em Portugal a um fundo
predatório é prejudicial para o sistema bancário e financeiro nacional. A opção apresentada pelo PS, e suportada
pelo PSD e CDS, não acautela o interesse público.
Protestos da Deputada do CDS-PP Cecília Meireles.
Mais uma vez, os portugueses são chamados a salvar um banco privado para o proveito lucrativo de uma
escassa minoria. Depois 13 000 milhões de euros gastos para salvar o sistema bancário e financeiro em
Portugal, pergunta-se: até quando terão os cidadãos de pagar a incompetência e a irresponsabilidade regulatória
e política desta gestão do sistema bancário nacional?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Novo Banco volta a ser
tema de discussão neste Plenário, agora com várias iniciativas legislativas que pretendem garantir a sua
natureza pública. E a este propósito creio que é necessário ter em conta que o Novo Banco é o terceiro maior
banco nacional a operar em Portugal. Afinal, estamos a falar de um banco que tem 16% do mercado nacional e
que podia, e devia, ser colocado ao serviço do desenvolvimento do nosso País e da dinamização da nossa
economia.
De facto, se os erros do passado podem ter alguma utilidade, teremos de ter a coragem de aprender com
eles. Quando olhamos para o passado e para as decisões de vários governos em proceder à privatização do
setor financeiro, o que concluímos é que foram excelentes negócios para engordar fortunas de uns poucos, mas
representaram volumosos prejuízos acumulados para o Estado e para as famílias portuguesas.
Basta, aliás, atender ao resultado dessas privatizações: transferências milionárias de verbas do setor
produtivo para a especulação financeira; canalização de dinheiro dos depositantes para a cedência de créditos
às empresas dos próprios grupos, tantas vezes sem qualquer garantia de retorno; e, por fim, distribuição de
volumosas somas em dividendos pelos respetivos acionistas.
Estamos a falar de muito dinheiro! São muitos milhões que faziam falta à nossa economia e que hoje ninguém
sabe onde param. O que sabemos é que não está onde falta, ou seja, no setor produtivo.
Portanto, a nosso ver, é tempo de a banca deixar de constituir uma atividade que apenas serve para engordar
os lucros de uns poucos e passar a estar ao serviço da nossa economia, ao serviço do País e do seu
desenvolvimento. É tempo de a banca potenciar o combate às assimetrias regionais e de ser um elemento
construtivo para a justiça social.
Por isso mesmo, Os Verdes defendem a manutenção do Novo Banco na esfera pública. Aliás, como já
tivemos oportunidade de dizer, a venda do Novo Banco é, só por si, um erro, mas vendê-lo a um fundo abutre é
ainda pior, porque aumenta a dimensão do risco, o que significa que, mais cedo ou mais tarde, os contribuintes
portugueses vão voltar a ser chamados a pagar a irresponsabilidade dos banqueiros.
Vender sem nada receber e, ainda por cima, com o Estado a assumir os riscos do negócio, sem que tenha
uma palavra a dizer sobre a gestão futura do Novo Banco, não é, seguramente, zelar pelo interesse público, não