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I SÉRIE — NÚMERO 79

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é resolver o problema, é, antes, adiá-lo e remeter a solução para o futuro, porque, com a venda, o Governo pode

livrar-se do Novo Banco, mas não se livra dos seus problemas.

É por isso que a integração do Novo Banco na esfera pública seria, a nosso ver, a melhor solução para os

contribuintes e para a estabilização do sistema financeiro, seria a melhor solução para a nossa economia e para

o desenvolvimento do País, porque o Novo Banco pode ainda ter uma palavra a dizer nesta matéria.

Portanto, Os Verdes consideram que o Novo Banco deve ser integrado na esfera pública, a única forma,

aliás, de garantir a presença do interesse público neste processo que, recordo, foi um problema criado pelo PSD

e pelo CDS, pelo anterior Governo.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não, não! Foi por Ricardo Salgado!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — O anterior Governo criou um problema, mas não o resolveu, o que,

afinal, veio mostrar-nos a «grandeza» ou a «sinceridade» da tal saída limpa a que se referiam.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem agora a palavra o Sr. Deputado Eurico

Brilhante Dias, do PS.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Diria que vivemos um tempo novo,

mas em alguns aspetos um tempo novo que não deixa de ser surpreendente.

Se, em bom rigor, não causará surpresa que o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda

defendam a nacionalização da banca, neste tempo novo, Sr. Deputado António Leitão Amaro, não deixa de ser

surpreendente, apesar de tudo, que o PSD se tenha transformado num partido que não é capaz de olhar para o

sistema bancário e para o sistema financeiro como um pilar fundamental da economia e que, de forma

irresponsável — absolutamente irresponsável —, tenha, durante quatro anos, empurrado para a frente um

problema com impacto nas contas públicas e, hoje, venha aqui pedir a renegociação de um empréstimo que foi

contraído pelo Fundo de Resolução na altura em que o Sr. Deputado fazia parte do Governo, empréstimo, esse,

com uma maturidade de dois anos e que o sistema bancário e o sistema financeiro não podiam e não podem

pagar. E, como não podem pagar, curiosamente, o Sr. Deputado está mais próximo do PCP e do Bloco de

Esquerda, porque a única solução, se fossem forçados a pagar, seria uma resolução bancária, seria a

nacionalização do conjunto da banca. Mas não me parece que um partido responsável, pelo menos um partido

responsável do velho tempo, o antigo PPD/PSD, viesse propô-la a esta Câmara!

O PSD, desvirtuando a sua raiz e a sua tradição social-democrata, tornou-se num partido radical que pega

em qualquer problema para vir ao Parlamento confrontar o XXI Governo Constitucional, o Governo do PS, não

com as decisões deste Governo, mas com o falhanço da sua própria governação. Porque, Sr. Deputado, este

caso é o de um falhanço clamoroso da governação do PSD e do CDS!

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Muito bem!

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — É disso que estamos a tratar hoje!

Aplausos do PS.

Estamos a tratar de um problema em que quase 4000 milhões de euros ficaram por pagar, sem que os

credores pudessem cobrar. Os senhores deram uma autêntica borla quando fizeram um empréstimo a uma

entidade que não pode satisfazer os seus compromissos. O Fundo de Resolução não pode satisfazer os seus

compromissos, porque os senhores outorgaram um empréstimo que não pode ser satisfeito e hoje, depois de

oito planos de reestruturação do BANIF, depois de deixarem a Caixa Geral de Depósitos descapitalizada, depois

de deixarem o Novo Banco sem vender, vêm pedir um milagre a este Governo, que é vender um banco de valor

negativo por valor positivo, é pedir que um fundo de resolução insolvente possa pagar os seus compromissos.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.