22 DE ABRIL DE 2017
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Há, ainda, uma questão que se prende com as pulseiras eletrónicas
e que tem a ver com medidas de coação de afastamento do agressor em relação à vítima.
Nos últimos seis anos tem-se usado sempre as pulseiras eletrónicas como medida de coação para se afastar
o agressor da vítima e, neste ano, o uso de pulseiras eletrónicas diminuiu. O que nós pedimos é que seja
avaliada esta diminuição pelo Governo, no sentido de se perceber por que razão, tendo aumentado a violência
doméstica, o uso de pulseiras eletrónicas diminuiu.
Perguntamos: qual é a razão? Não é eficaz? Por que é que não é eficaz? O que aconteceu? Há falta de
meios? Não se usa porque não é possível usar, porque não há meios para isso? É preciso percebermos o que
está por detrás disso e também recomendamos isso ao Governo.
De resto, não deixaremos de insistir nesta matéria. Agradeço ao Sr. Presidente a tolerância de tempo que
me concedeu.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Srs. e Sr.as Deputadas: A violência doméstica está enraizada em
valores civilizacionais de desigualdade de género profundos, difíceis de remover e que orientam os rapazes para
a agressão e as raparigas para a submissão.
O PS sempre esteve e estará na linha da frente deste combate à violência doméstica, à violência no namoro
e ao homicídio conjugal.
Nesta Legislatura, inclusivamente, já foi aprovada uma nova lei, que resultou de um projeto apresentado pelo
Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que visa a regulação urgente das responsabilidades parentais para
proteger as crianças em situação de violência doméstica, autonomizar as vítimas e reforçar o diálogo entre os
tribunais.
Este é um fenómeno persistente que tem vindo a ser combatido há 20 anos de uma forma continuada por
todos os governos e o PS tem inscrito este combate como uma das suas grandes prioridades.
Todos os projetos de resolução aqui apresentados vão ao encontro do trabalho, sem tréguas, que o Governo
está a fazer no combate à violência de género. O Governo já abriu centros de crise para vítimas de violência
sexual, que não existiam; abriu salas de atendimento específicas para vítimas de LGBTI (lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais e intersexuais), que não existiam; já abriu uma casa-abrigo para homens, que não
existia; está a reforçar a prevenção da reincidência; está a reforçar as redes de apoio às vítimas e a
territorialização das ações, para que em Bragança se faça o mesmo e se tenha o mesmo tipo de apoio que se
tem em Lisboa; e criou a Campanha Nacional contra a Violência no Namoro.
Sr.as e Srs. Deputados, a avaliação dos planos está a ser feita, em tempo, no momento em que tem de ser
feita. O novo ciclo de planos está a ser preparado em tempo, no lugar em que deve ser preparado, num diálogo
com as organizações não-governamentais do conselho consultivo da CIG (Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género), onde sempre foi feito e continuará a ser.
Tal como o Sr. Ministro Adjunto nos disse na última audição, na 1.ª Comissão, vão inclusivamente ser
introduzidas alterações para melhor nestes planos, planos que serão mais abrangentes, mais integrados e mais
estruturantes para também serem mais eficazes.
Descanso-vos: não haverá vazios e o Governo, tal como o Partido Socialista, enquanto houver uma única
mulher assassinada, não deixará de agir e não poderá deixar de agir a dois níveis, com leis, sempre!, mas
também com medidas que alterem esses comportamentos difíceis de remover, pois são eles que criam a
agressão.
Para finalizar, queria dizer que todas as recomendações que estão a ser feitas são genericamente neutras,
porque já estão as ações já estão a ser levadas a cabo. Mas há algo de que nenhum projeto fala e que também
está a ser feito: a educação para a cidadania. Está em curso, como sabem, um roteiro para a cidadania que
chegará a 160 concelhos, que envolve 400 entidades e que já atingiu 8000 participantes.