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19 DE MAIO DE 2017

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A verdade é que, desde finais de junho de 2016, o atual Governo estava — e está — em condições de

proceder à adjudicação da primeira fase desta obra, mas preferiu atirá-la para março de 2017 para, entretanto,

a deixar cair; a verdade é que o Governo podia e devia ter adjudicado a execução da segunda fase, mas optou

por deixar o concurso em «banho-maria».

É um facto que, no mês de março, o Governo apresentou, com pompa e circunstância, diga-se, o Programa

de Valorização das Áreas Empresariais, onde consta a — passo a citar — «melhoria das acessibilidades às

áreas de localização empresarial de Famalicão Sul/Ribeirão e Lousado».

O Governo nunca esclareceu cabalmente o alcance desta intervenção — e, convenhamos, não precisa de o

fazer. Pela descrição sumária, percebe-se que aquela intervenção corresponde a uma pequena parte do projeto

elaborado pelo anterior Governo.

Significa isto que, ao invés dos 20 km de intervenção projetados, na melhor das hipóteses, teremos de nos

contentar com uma alternativa inferior a 4 km; significa que a EN14 entre a Maia e a Trofa fica exatamente como

está; significa que o projeto de uma nova ponte sobre o rio Ave foi atirado para uma gaveta; significa que a

prometida, desejada, necessária e imprescindível construção de uma alternativa à EN14 entre a Maia, a Trofa

e Vila Nova de Famalicão faz parte do passado.

Se é profundamente lamentável a conduta do Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, o que dizer

do silêncio do Sr. Ministro da Economia? Por que razão se mantém à margem deste debate? A competitividade

das empresas daquela região não lhe diz respeito? E o que dizer do Dr. António Costa e da sua promessa de

cumprir o projeto apresentado pelo Governo PSD/CDS-PP caso fosse eleito, porque dizia ser preciso «dar

continuidade, de legislatura para legislatura, às obras que estão previstas»?

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O abandono da construção da alternativa à EN14 não é uma

necessidade, não é fruto de nenhuma circunstância imponderável, não ocorre por nenhum impedimento técnico,

é, apenas e tão-só, uma opção política deste Governo, escolha e opção política que o Governo, por fraqueza,

não quer assumir.

Aplausos do PSD.

O eixo Maia-Trofa-Vila Nova de Famalicão é um dos territórios do País onde mais se produz, onde o

investimento privado é maior, onde a iniciativa privada investe largas centenas de milhões de euros por ano.

Mas, para o Governo da união das esquerdas, não há nada — nada! — que justifique avançar com a construção

de duas dezenas de quilómetros.

Desengane-se, porém, quem pensa que apenas as populações e as empresas daquele território saem

penalizadas. O eixo Maia-Trofa-Vila Nova de Famalicão é o principal polo transformador do País, o que exige

vias de acesso rodoviário que não obstaculizem a produtividade e a competitividade das suas empresas. O eixo

Maia-Trofa-Vila Nova de Famalicão, Sr.as e Srs. Deputados, é o principal polo exportador do País, representando

um volume de negócios de 11,5 mil milhões de euros por ano.

A construção de uma alternativa à EN14 tem, por isso, dimensão nacional: é o crescimento económico do

País que está em causa, é a competitividade da economia portuguesa que está em causa, é o futuro de pelo

menos 30 000 empresas e de pelo menos 128 000 postos de trabalho que está em causa.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É tudo isto que está em causa. Os autarcas estão empenhados, as

populações estão empenhadas, as associações empresariais estão empenhadas, os empresários estão

empenhados, até o secretário-geral da UGT (União Geral de Trabalhadores) está preocupado, está empenhado

no que deveria ser um desígnio nacional.

Todos — todos! — estão preocupados, todos estão empenhados. Todos… Todos, não! Todos, não! O

Governo da união das esquerdas não está nem preocupado nem empenhado, porque se estivesse nunca teria

abandonado este projeto.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Outro Tonecas!

O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — A verdade é que a alternativa à EN14 poderia ser uma realidade já no

próximo ano. Infelizmente, assim não acontecerá porque essa não é a vontade, porque essa não é a opção do

Governo de António Costa, de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa.