9 DE JUNHO DE 2017
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Protestos do PS.
Os senhores estão já muito agitados.
É verdade, Sr. Primeiro-Ministro, que atingiu o número do défice, que cumpriu aquele que era o seu objetivo,
e também é verdade que devolveu rendimentos — como gosta de estar sempre a lembrar — de uma forma mais
acelerada do que vinha acontecendo com o Governo anterior.
Contudo, isso teve e tem um preço: a falta de investimento nas escolas, assim como a falta de investimento
no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Antes de lhe colocar uma pergunta, vou ler uma frase: «A aquisição do trabalho temporário médico através
de empresas atinge hoje um valor próximo dos 80 milhões de euros. É, de facto, um caminho que tem de ser
invertido. Nós não somos imprudentes ao ponto de considerar que podemos fazer isto de uma forma precipitada,
principalmente no período do verão, em que a dependência dos hospitais, nomeadamente do interior, é muito
forte neste tipo de recursos». Sabe quem disse isto, Sr. Primeiro-Ministro?
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Estes debates parecem quizzes!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, o que eu gostaria de registar em
primeiro lugar é que, ao contrário do que julga, normalidade, tranquilidade, estabilidade, são valores essenciais
e se há coisa que os portugueses hoje registam como positivo desta mudança de maioria é que voltaram a poder
respirar com tranquilidade no nosso País.
Aplausos do PS.
A vida ganhou previsibilidade. As pessoas, quando acordam, sabem que podem ligar o rádio e que não vão
temer por ouvir um novo aumento de impostos ou um novo corte nas pensões ou nos salários.
Aplausos do PS.
Essa tranquilidade é a base da confiança que tem permitido ao País crescer, com o aumento do investimento,
com o aumento das exportações e, sobretudo, com a criação de mais e melhor emprego: 144 000 novos postos
de trabalho, em termos líquidos, desde que este Governo iniciou funções.
Esta é a normalidade que o País aprecia e esta normalidade traduziu-se no facto de, pela primeira vez desde
há muito anos — é estranho ter sido a primeira vez, em muitos anos —, ter acontecido uma coisa tão simples,
mas já tão pouco habitual, que foi o ano letivo ter começado a tempo e horas, com professores e alunos
colocados.
Aplausos do PS.
A verdade é que, graças ao esforço coletivo do Governo, dos cidadãos, das empresas, do conjunto das
administrações públicas, conseguimos ter um resultado histórico na redução do défice. Foi um esforço que
envolveu todos os membros do Governo.
Mas, ao contrário do que VV. Ex.as costumam dizer, a reposição das pensões de reforma, dos vencimentos
cortados aos funcionários públicos, dos apoios mínimos sociais, não foi feita à custa de cativações na saúde,
onde não há cativações, nem nas escolas, onde também não há cativações.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.