I SÉRIE — NÚMERO 95
6
Pelo contrário, o que tivemos na educação foi um aumento de 4,2% da dotação em 2016 e de 8,7% em 2017,
bem como a abertura de um concurso — criticado, aliás, por VV Ex.as — para a vinculação e o combate à
precariedade do pessoal docente; o que tivemos no Serviço Nacional de Saúde foi a contratação, no ano
passado, de 4000 novos profissionais, entre médicos, enfermeiros e pessoal técnico, e está já prevista, para
breve, a abertura de um novo concurso para a vinculação de mais médicos.
O que estamos a fazer é uma redistribuição inteligente da despesa. Sim, vamos reduzir a despesa na
contratação de tarefeiros, porque aumentámos o número de médicos vinculados e em exercício de funções a
tempo inteiro. É uma despesa com mais qualidade, com mais respeito pelos médicos e, sobretudo, com
melhores condições de saúde prestadas aos utentes do Serviço Nacional de Saúde.
É, de facto, diferente do que aquilo faziam mas, sobretudo, é melhor do que aquilo que faziam.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, para facilitar os trabalhos, pergunto apenas ao Sr. Primeiro-
Ministro se já sabe quem é que disse a frase que citei há pouco.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, para ser sincero, não retive sequer a frase, mas digo-lhe já que
não sei quem disse.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, de facto, não era obrigado a saber, mas convinha
que soubesse: foi Adalberto Campos Fernandes, que, na Assembleia da República, em junho de 2016, disse
que a contratação de serviços médicos a empresas não deveria diminuir na altura do verão e que não deveria
afetar a operacionalidade dos serviços de saúde do interior — já agora, não só do interior mas também do
Algarve, que vive problemas similares, cujo sistema depende muito da capacidade de contratação.
Sr. Primeiro-Ministro, nesta semana, o senhor publicou um decreto-lei onde obriga, de forma cega, todas as
unidades de saúde a diminuírem em 35% esta contratação.
Pergunto, em primeiro lugar, o que é que mudou do verão de 2016 para o verão de 2017 e, em segundo
lugar, se o Sr. Primeiro-Ministro pode garantir que os serviços não vão ser afetados, porque o que dá
tranquilidade às pessoas é saberem que a consulta que está marcada vai mesmo realizar-se ou que a cirurgia
que está marcada vai mesmo realizar-se. Isto é que dá tranquilidade às pessoas. Porém, não é isto que está a
acontecer. O que está a acontecer é consultas adiadas e reclamações a dispararem em flecha, Sr. Primeiro-
Ministro.
O que é que mudou, Sr. Primeiro-Ministro?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, uma coisa que mudou,
seguramente, foi que V. Ex.ª, que viveu nos últimos cinco anos fora de Portugal, voltou.