I SÉRIE — NÚMERO 101
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O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos agora dar início às votações regimentais. Antes de mais, vamos
proceder à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico.
Pausa.
O quadro eletrónico regista 199 presenças, às quais se somam 7, sinalizadas à Mesa, dos Deputados Duarte
Pacheco e Teresa Leal Coelho, do PSD, André Pinotes Batista e Carlos César, do PS, João Rebelo, do CDS-
PP, e António Filipe e Miguel Tiago, do PCP, o que perfaz 206 Deputados presentes, pelo que temos quórum
de deliberação.
Vamos, então, dar início às votações, começando pelo voto n.º 342/XIII (2.ª) — De pesar pelo falecimento do
Chanceler Helmut Kohl (PSD), que vai ser lido pelo Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«A notícia da morte do antigo Chanceler alemão Helmut Kohl, no passado dia 16 de junho, aos 87 anos de
idade, convoca-nos a recordar a grandeza da vida deste estadista da Europa do pós-II Guerra Mundial.
Kohl simboliza a unidade alemã, dado o seu papel fulcral no processo de reunificação da Alemanha após a
queda do Muro de Berlim. Foi ele o grande maestro da reunificação alemã, não obstante todos aqueles que o
quiseram convencer da indesejabilidade ou até da impossibilidade da tarefa. O sucesso da integração da
Alemanha de Leste na República Federal da Alemanha foi antecipado por ele, mas não por muitos dos seus
contemporâneos dentro e fora da Alemanha.
Helmut Kohl ajudou a fundar a juventude partidária da democracia cristã e dedicou a sua vida política à
edificação da democracia representativa e da economia social de mercado na Alemanha, em paz com os seus
vizinhos e com o mundo. O povo alemão recompensou-o com a maior longevidade política da história da
Alemanha democrática, no que diz respeito à chefia do governo federal. Nunca vacilaria nos seus valores
políticos, nem nunca se equivocou com o perigo e perversidade dos totalitarismos.
Além de um marcante Chanceler alemão, Kohl foi também um dos refundadores da Europa. Juntamente com
a França, com quem aprofundou notavelmente os laços, com particular simbolismo no encontro de Verdun com
o Presidente francês de então, François Mitterrand, Kohl foi um dos refundadores da Europa, com Maastricht e
com o euro, mas também com a preparação da adesão das jovens democracias do Leste europeu. Dificilmente
poderíamos encontrar legado mais profundo.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de
Helmut Kohl, com respeito e admiração pela sua vida e pela sua obra.»
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN e votos
contra do PCP e de Os Verdes.
Passamos ao voto n.º 345/XIII (2.ª) — De pesar pela morte de Helmut Kohl (CDS-PP), que vai ser lido pelo
Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (António Carlos Monteiro): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Faleceu, no passado dia 16 de junho, aos 87 anos, Helmut Kohl, antigo Chanceler da Alemanha e um dos
dirigentes históricos da democracia cristã europeia da segunda metade do século XX. O seu legado encontra-
se intimamente associado à reunificação alemã e ao projeto de integração europeia.
Nascido em Ludwigshafen, no estado da Renânia-Palatinado, em 1930, cedo se tornou militante ativo da
juventude partidária da União Democrata-Cristã (CDU). Depois de concluir o seu doutoramento em Ciência
Política na Universidade de Heidelberg, foi eleito Deputado ao parlamento regional do Estado renano e, na
primeira metade dos anos 70, chegaria à liderança da CDU, cargo que desempenhou durante 25 anos, 16 dos
quais enquanto Chanceler da República Federal Alemã.