30 DE JUNHO DE 2017
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passado mais de quatro horas desde o momento do acidente até à sua entrada no Hospital de Coimbra, onde
acabou por morrer?
Por que razão o bombeiro Rui Rosinha deu entrada no Hospital da Prelada no Porto às 6h02 da manhã, 10
horas depois do acidente de onde saiu com queimaduras graves? Por onde andaram os responsáveis pelo
socorro durante 10 horas com um homem queimado em agonia?
Por que razão ninguém informa o País do estado de saúde de três homens e uma mulher, bombeiros de
Castanheira de Pera, que, segundo os seus colegas de corporação, se encontram em estado crítico?
Como se explica que, depois de ter sido dado um incêndio como controlado, o número de feridos tenha
continuado a subir, ultrapassando os 200? De onde vieram esses feridos? De que concelhos? De que
freguesias?
Que apoio foi disponibilizado pelo Estado nos primeiros dias do incêndio, quando e a quem, se tanta gente
já disse a tanta gente que ficou, literalmente, entregue a si própria?
As primeiras perguntas o PSD fê-las logo na segunda-feira, dia 19, de manhã, na reunião que solicitou à
Autoridade Nacional de Proteção Civil. Nessa reunião foi evidente a falta de resposta para as questões básicas
colocadas e o comentário que então fizemos foi apenas este: manifestamente, ainda não havia respostas
técnicas para as questões que careciam delas.
Mas, entretanto, 10 dias passaram sobre essa reunião e 13 sobre a tragédia que esmagou uma Nação inteira,
mas respostas esclarecedoras não chegaram. Aquilo que entretanto se foi sabendo, com relatórios que
atropelam relatórios sobre a mesma matéria, não esclarece o País sobre a verdade que precisamos de conhecer.
Pelo contrário, instala a confusão, numa estratégia de passa-culpas e de desresponsabilização, que não pode
continuar.
É porque passaram 13 dias sobre tamanha desgraça e nada realmente foi esclarecido que aqui estamos
hoje, num debate marcado pelo Partido Social Democrata que assim pretende tornar claro que não deixará cair
no esquecimento tudo o que aconteceu. Não deixaremos de fazer todas as perguntas e de exigir todas as
respostas, sejam elas técnicas ou políticas, que se impõem para o esclarecimento de tudo o que se passou.
Sabemos que outros as têm feito. Também o Governo tem anunciado as perguntas que vai fazendo. A diferença
é que aos Deputados cumpre perguntar, questionar, exigir esclarecimentos, dando voz a quem lá fora não a
tem, mas é ao Governo, que tutela ou deveria tutelar as entidades envolvidas, que cabe a obrigação de
responder.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Não nos basta assistir a um cortejo de responsáveis deambulando por
territórios cobertos de cinzas, anunciando levantamentos que tardam e medidas que não se sabe quando
chegam. Queremos respostas detalhadas e esclarecedoras e insistiremos nelas até as obtermos.
Uma constatação é, porém, já certa, e para a reconhecer aquilo que o País já sabe e já viu basta: o Estado
falhou! Falhou dramaticamente quando as pessoas mais precisavam dele e a Nação magoada tem o direito de
saber porquê.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar na fase de debate.
A Sr.ª Deputada Teresa Morais tem quatro inscrições para pedidos de esclarecimento. Como pretende
responder, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Responderei em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Muito bem, Sr.ª Deputada.
Para um primeiro pedido de esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão, do Grupo
Parlamentar do PS.