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30 DE JUNHO DE 2017

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Consta ainda a necessidade de aumentar a produção de fileiras florestais como áreas de montado de sobro e

de azinho. E é nesse sentido que têm decorrido as conversas que o Partido Ecologista «Os Verdes» tem

estabelecido com o Governo, exatamente com o propósito de travar a expansão da área do eucalipto, o que

passa, desde logo, pela revogação da lei, aprovada pelo PSD e pelo CDS, que liberalizou completamente o

eucalipto no nosso País.

Pretendemos, portanto, criar um novo regime, e é para isso que estamos a trabalhar. É que, ao contrário do

PSD, Os Verdes consideram que a nossa floresta está inundada de eucaliptos. É que, ao contrário do PSD, Os

Verdes consideram que o eucalipto tem um comportamento diferente, para pior, de qualquer outra espécie,

quando falamos de progressão dos incêndios florestais. É que, ao contrário do PSD, Os Verdes consideram que

é necessário inverter a tendência para a florestação em monocultura contínua de espécies altamente

comburentes e de crescimento rápido. É que, ao contrário do PSD, Os Verdes consideram que o que se impõe

é um combate à ditadura florestal que está a ser imposta pela grande indústria das fileiras florestais.

E se o Governo mantém, hoje, o propósito de travar a expansão da área do eucalipto é porque este Governo

entende que os compromissos assumidos são para levar a sério, e Os Verdes tudo farão para que assim seja.

Da nossa parte, continuamos empenhados na procura de soluções para travar a expansão do eucalipto, o

que é, a nosso ver, um imperativo, sobretudo depois de o Governo PSD/CDS ter procedido à completa

liberalização do eucalipto.

Mas, Sr.ª Deputada Teresa Morais, naturalmente que não lhe vou perguntar se também partilha da leitura

que o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho faz de que grande parte do nosso território não tem eucalipto, de que

a maior parte da floresta portuguesa não é eucalipto e, sobretudo, de que o eucalipto é o que menos arde e,

quando arde, o que se apaga com mais facilidade.

Não lhe vou perguntar isto, porque receio que a Sr.ª Deputada seja obrigada a dizer que também concorda.

No entanto, gostaria que nos dissesse, até porque o melhor combate quando falamos de incêndios florestais

é a prevenção, de que forma é que encara hoje a proposta de Os Verdes para travar a expansão do eucalipto

no nosso País.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José de Matos Correia.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Teresa Morais, o PSD, nesta matéria,

«tem dias». Ontem, o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho apelava aqui — bem o lembramos — a que houvesse

um esclarecimento cabal, rigoroso, atempado de todas as circunstâncias que rodearam esta tragédia imensa

que enluta o País. Hoje, a Sr.ª Deputada vem requerer respostas já — respostas que tardam, diz a Sr.ª Deputada

— e, portanto, tem de ser uma coisa instantânea. Ora, isto mostra como o PSD está profundamente desnorteado,

nesta como em tantas outras matérias.

O PSD marcou para esta tarde um debate sobre estes trágicos incêndios que se verificaram nos últimos dias.

Sr.ª Deputada, introduzir este debate sem falar, uma única vez, na questão do ordenamento da floresta mostra

exatamente aquilo que o PSD quer que se debata aqui e aquilo que o PSD não quer, de todo, que se debata

aqui, esta tarde.

Mas, mais ainda: a Sr.ª Deputada Teresa Morais veio falar da urgência das respostas. Esse é um sentimento

que certamente nos une a todos e a todas nesta Casa — só pode ser! Mas, uma coisa, é dizer isto e, outra

coisa, Sr.ª Deputada Teresa Morais, é vir exigir que haja respostas quando a senhora sabe que muitas dessas

respostas não estão disponíveis neste momento. Portanto, esse é um exercício de puro jogo político de

exploração da vontade das pessoas, de terem uma resposta, que, neste momento, não está disponível.

Aplausos do BE e da Deputada do PS Elza Pais.

Mas diz a Sr.ª Deputada Teresa Morais que chegou o tempo dos «porquês». Tem toda a razão, Sr.ª

Deputada. E queria justamente confrontá-la com a verdade dessa sua afirmação. Em 4 de abril de 2015, o