13 DE JULHO DE 2017
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Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados. É certo, também, que ainda estamos longe dos níveis de crescimento,
de emprego e de igualdade que ambicionamos para Portugal e para os portugueses. O progresso é uma meta
que exige persistência e que exige políticas sustentadas e sustentáveis.
Um Estado forte, que garanta a defesa nacional, a segurança interna, e uma justiça próxima dos cidadãos,
mas ao mesmo tempo um Estado moderno, ágil, eficaz, inteligente e estrategicamente empreendedor. Um
Estado que garanta o acesso a todos os serviços públicos de qualidade, que combata as desigualdades, que
estimule a participação cívica e que contribua para a coesão social e territorial, desde logo, reforçando o
investimento na saúde e na educação enquanto direitos fundamentais dos cidadãos.
Na fase do debate, o Sr. Ministro Adalberto Campos Fernandes terá a oportunidade de apresentar o que
estamos e continuaremos a fazer para garantir um Serviço Nacional de Saúde que responda cada vez melhor
às necessidades e expectativas dos cidadãos.
Aplausos do PS.
Na educação, aprofundaremos a estratégia de combate ao défice das qualificações — o verdadeiro défice
estrutural do País —, promovendo o sucesso escolar das novas gerações e abrindo novas oportunidades às
antigas gerações.
No próximo ano letivo, teremos dois novos importantes contributos para a promoção do sucesso escolar. Por
um lado, beneficiando do novo modelo de avaliação, teremos maior autonomia pedagógica na gestão flexível
dos currículos e, por outro lado, a redução do número de alunos por turma nas escolas em territórios educativos
de intervenção prioritária. Serão dois excelentes contributos para melhorar a política de sucesso educativo.
Aplausos do PS.
A habitação tem de ser uma nova área prioritária nas políticas públicas, dirigida agora às classes médias e
em especial às novas gerações, não as condenando ao endividamento ou ao abandono do centro das cidades,
promovendo, antes, a oferta de habitação para arrendamento acessível. No ajustamento governativo que
amanhã apresentarei ao Sr. Presidente da República está prevista, precisamente, a autonomização da
habitação como Secretaria de Estado.
Aplausos do PS.
Mas a capacidade de intervenção estratégica do Estado apenas poderá ser melhorada se fortalecermos e
modernizarmos a Administração Pública, se promovermos a inovação no setor público e valorizarmos o exercício
de funções públicas.
Continuaremos, pois, empenhados no Programa Simplex+, procurando simplificar cada vez mais o dia-a-dia
dos cidadãos e reduzir os custos de contexto para as empresas, e colocaremos em funcionamento os Centros
de Competência, que, através da concentração de competências qualificadas em domínios especializados,
permitirão diminuir a contratação externa e reforçar o conhecimento e o saber fazer dentro da Administração
Pública.
Também a valorização do trabalho em funções públicas continuará, como previsto no Programa do Governo,
a ser uma prioridade, e, tal como previsto, já em 2018 daremos arranque ao processo de descongelamento das
carreiras.
Para uma verdadeira coesão social e territorial é ainda essencial pôr em marcha o processo de
descentralização, também há muito em discussão nesta Assembleia da República.
O exemplo dos transportes públicos é muito impressionante. Depois de anos e anos a perder passageiros,
sob a gestão do Estado, os STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, SA)já recuperaram, este ano,
7%de passageiros e os novos tarifários da Carris permitiram mais de 470 000 viagens/mês para utentes com
mais de 65 anos e mais de 100 000 viagens/mês para crianças até aos 10 anos. Pela primeira vez em 17 anos,
a Carris abriu ontem duas novas carreiras, indo abrir mais três até ao final deste mês, e hoje mesmo a
administração dos STCP adjudicou a aquisição de 173 novos autocarros, aliás, produzidos pela indústria
nacional.