I SÉRIE — NÚMERO 108
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Aplausos do PS.
Este é, aliás, o exemplo que podemos replicar se libertarmos do centralismo as áreas em que, como a
experiência comprovou, podemos e devemos confiar nos municípios e nas freguesias, que podem fazer mais e
melhor do que aquilo que o Estado central pode fazer.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, é preciso pensar para lá da atual Legislatura e projetarmos para a
década uma visão de médio prazo que reforce simultaneamente a competitividade externa e a coesão interna
como bases de convergência continuada e sustentada com a União Europeia.
Há mais vida para além desta Legislatura e a necessidade de prepararmos desde já o Portugal pós-2020
impõe a oportunidade deste debate.
Iniciámos no passado dia 19 de junho, no Conselho de Concertação Territorial, a apreciação, com as regiões
autónomas, as autarquias locais e as áreas metropolitanas, das linhas gerais das prioridades do programa pós-
2020, debate que iremos alargar ao Conselho Económico e Social e que promoveremos, nesta Assembleia, na
reabertura dos trabalhos parlamentares.
A matriz em que trabalhamos assenta em dois eixos horizontais e em quatro eixos territoriais. Dois eixos
horizontais: inovação e conhecimento; qualificação, formação e emprego. Quatro eixos territoriais: energia e
alterações climáticas; economia do mar; inserção nas redes e mercados globais; interioridade e mercado ibérico.
É uma matriz que assenta num modelo de desenvolvimento claro: sermos mais coesos internamente, sermos
mais competitivos na economia global e assim reforçarmos uma década de convergência com a União Europeia.
Em síntese: três C — competitividade e coesão para a convergência.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, estamos aqui, neste debate do estado da Nação, respondendo à
emergência, persistindo na concretização bem-sucedida da mudança de política que marca esta Legislatura e
com uma visão estratégica para uma década de convergência, que, em conjunto, estamos e queremos continuar
a construir.
Aplausos do PS, de pé.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar na fase de debate. Temos uma primeira ronda de pedidos
de esclarecimento.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.
Primeiro-Ministro: O Sr. Primeiro-Ministro acaba de fazer a sua leitura sobre a situação do País e nós, no PSD,
não deixaremos de fazer o mesmo na intervenção que se seguirá a este primeiro período de perguntas.
Não obstante, queríamos dizer-lhe desde já o seguinte: o Governo chega a este debate num processo de
degradação indisfarçável.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O Governo está a colapsar. O Governo perde autoridade todos os dias.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. João Galamba (PS): — Isso é uma descrição ou um desejo?
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O País já percebeu que, nos momentos difíceis, nas contrariedades, o
Governo não tem liderança ou, no mínimo, tem uma liderança muito frágil.
Aplausos do PSD.
Este Governo teve sempre um Primeiro-Ministro frágil por falta de votos dos eleitores,…