I SÉRIE — NÚMERO 110
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Segundo a diretora da Amnistia Internacional para as Américas, «a Venezuela está a viver uma das piores
crises de direitos humanos na sua história recente», que aos feridos e vítimas mortais acrescenta a detenção
de milhares de cidadãos por razões políticas. Entre estes, a prisão dos cidadãos portugueses Vasco Costa e
Dany Abreu e do luso-descendente Juan Miguel Sousa.
Reunida em Comissão Permanente, a Assembleia da República condena as detenções por razões de
consciência, manifesta a solidariedade e apoio à comunidade portuguesa na Venezuela, em particular com os
presos políticos e as suas famílias, e apela à libertação dos presos de consciência.
O Sr. Presidente: — Vamos votar o voto n.º 375/XIII (2.ª) — De condenação das ameaças e ações de
ingerência e desestabilização contra a República Bolivariana da Venezuela e de solidariedade com o povo da
Venezuela (PCP).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do PCP e
de Os Verdes e abstenções do BE e do PAN.
Era o seguinte:
Há vários anos que a República Bolivariana da Venezuela está a ser vítima de ações de ingerência e
desestabilização externa e interna que têm como objetivo derrubar o Governo bolivariano e interromper o
processo democrático e progressista de afirmação soberana e de cooperação que tem vindo a ser protagonizado
por este país latino-americano.
Aos atos de vandalismo, violência sistemática e terrorismo cometidos por setores da oposição que se
recusam a atuar no quadro da Constituição e da lei, soma-se a intolerável ameaça de agressão militar feita pelo
Presidente dos EUA, Donald Trump, e a inaceitável recusa por parte dos EUA e de alguns países, assim como
da União Europeia, em reconhecer a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte eleita pelo povo
venezuelano nos termos da Constituição.
O boicote económico e financeiro, incluindo o açambarcamento e a especulação de preços de bens de
primeira necessidade, inseridos na operação golpista contra a Venezuela e o seu povo, tem sido promovidos
pelos sectores que nos EUA e na Venezuela nunca aceitaram os progressos políticos, económicos, sociais e
culturais alcançados por este país nos últimos 18 anos e a vontade do povo venezuelano de romper com um
passado de políticas neoliberais responsáveis pela repressão e empobrecimento de milhões de venezuelanos
e de construir um futuro assente num desenvolvimento económico e social que privilegie a melhoria das
condições de vida do povo e não a submissão aos interesses dos EUA e de uma oligarquia que pretende
reapossar-se do país.
A Assembleia da República, reunida em Comissão Permanente:
1 — Repudia as ameaças de agressão militar e as ações de ingerência e desestabilização contra a República
Bolivariana da Venezuela;
2 — Reafirma o direito do povo venezuelano a decidir soberanamente sobre o seu caminho de
desenvolvimento livre de quaisquer ingerências e pressões externas e em paz;
3 — Manifesta apoio e solidariedade à comunidade portuguesa que reside na Venezuela, que, como o povo
venezuelano, é vítima da campanha de ingerência e desestabilização.
O Sr. Presidente: — Passamos à votação do voto n.º 384/XIII (2.ª) — De solidariedade com a resolução
pacífica das tensões na Venezuela (PS).
A pedido do PCP, vamos votar em separado os pontos 1 e 2.
Votamos, então, o ponto 1.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN e votos
contra do PCP e de Os Verdes.
Votamos agora o ponto 2.