I SÉRIE — NÚMERO 4
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Fica a proposta, Sr.as e Srs. Deputados.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, terminamos assim a apreciação do relatório final
da Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do banco.
Passamos ao último ponto da nossa ordem de trabalhos de hoje que consiste na apreciação do relatório
anual sobre a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no trabalho, no emprego e na formação
profissional, cabendo 3 minutos a cada grupo parlamentar e um minutos e meio ao Sr. Deputado do PAN.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por
saudar o Governo pela apresentação deste relatório de progresso sobre a situação dos homens e das mulheres
no trabalho, no emprego e na formação profissional.
Saúdo também, obviamente, a CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), a ACT
(Autoridade para as Condições de Trabalho) e outras entidades pela extraordinária, rigorosa e elevada qualidade
deste relatório.
Sabemos que o que não é medido é como se não existisse e, por isso, este é um instrumento fundamental
para se saber o que já foi feito, para se saber o que ainda não foi feito, para se corrigirem desequilíbrios e para
continuarmos a direcionar as políticas públicas para o combate às desigualdades e às discriminações no
trabalho.
Gostaria de deixar uma primeira nota para dizer que a situação das mulheres no trabalho é o reflexo da
situação do País. Por isso, o registo de melhorias significativas na vida das famílias traduz-se em melhorias
significativas na vida das mulheres. Hoje, temos mais 56 500 pessoas empregadas do que em 2015 e a taxa de
desemprego diminuiu significativamente para os 11,4%.
Assim, saudamos o Governo pela aposta que está a fazer em Portugal e pela aposta que está a fazer nas
pessoas.
Mas, apesar destas melhorias significativas, algumas desigualdades persistem em alguns setores,
nomeadamente ao nível salarial, onde as mulheres ganham hoje menos 16,7% do que os homens quando
desempenham trabalho de valor igual, sendo certo que este gap tem vindo a diminuir, e ganham menos quando
são mais qualificadas, o que não quer, contudo, dizer que não se deva apostar na qualificação, antes pelo
contrário, porque, quando são qualificadas, elas veem o seu emprego aumentado dois pontos percentuais
relativamente aos homens.
Também gostaria de saudar as iniciativas que o Governo está a promover nesta matéria e que, brevemente,
serão apresentadas nesta Câmara.
A segunda nota é para dar conta das políticas de conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal que
estão a produzir efeitos bons. Há mais homens a usar estas licenças, nomeadamente a licença de parentalidade
de uso exclusivo dos homens, registando-se um aumento significativo de mais 20%, relativamente a 2015, e um
aumento significativo nestes últimos 10 anos de 34%, ou seja, há 34% de homens a usar esta licença.
Temos, portanto, de continuar a investir nestas políticas para que as carreiras das mulheres não sejam
prejudicadas quando se ausentam do trabalho para tratar dos seus filhos ou das pessoas idosas. Temos de
continuar a investir nestas políticas para que este gap não seja aumentado mas, sim, possa continuar a ser
diminuído.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Termino, Sr. Presidente, com uma última nota, para dizer que este relatório prova,
mais uma vez, que a Lei da Paridade para as empresas vai ser útil e vai ser necessária para reforçar a liderança
política e não só, também empresarial, das mulheres — aproveito para saudar todas as mulheres eleitas nestas
últimas eleições.