24 DE NOVEMBRO DE 2017
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O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, aguardei que o Sr. Presidente se pronunciasse sobre qual
era a decisão da Mesa para poder afirmar que isso fere as regras mínimas de lealdade e de seriedade no
desenvolvimento dos nossos trabalhos.
Se é assim, escusamos de fixar prazos e todos nós entregamos as propostas de alteração no momento que
acharmos conveniente. Se é assim, o prazo passa a ser meramente indicativo e as 630 propostas podiam ter
entrado durante o fim de semana, hoje, amanhã, até ao momento final da votação.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, não havendo consenso nessa matéria, então proponho, ao contrário do
que eu disse antes, que essas propostas não sejam distribuídas agora, que esta situação seja apreciada pela
COFMA e que, no caso de serem aceites, a sua votação fique adiada para outro momento.
Aplausos de Deputados do PSD.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Muito obrigado, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Vamos, então, regressar à apreciação, na especialidade, da proposta de lei n.º 100/XIII
(3.ª) — Orçamento do Estado para 2018 —, desde o artigo 120.º até ao artigo 191.º.
Inscreveu-se, para intervir sobre a proposta 612-C, do PS, de aditamento de um artigo 120.º-A — Dotação
centralizada para financiamento de despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios
—, o Sr. Deputado Luís Testa.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.
Pausa.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, peço desculpa por este compasso de espera para organização dos
trabalhos pela Mesa.
Vamos, então, apreciar a proposta 612-C, do PS, de aditamento de um artigo 120.º-A — Dotação centralizada
para financiamento de despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Testa.
O Sr. Luís Moreira Testa (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o País
viveu, neste último verão, momentos que julgava impensáveis, uma catástrofe a que todos nós pensávamos
nunca assistir. Perante esse cenário que ocorreu em Portugal, essa realidade dura de admitir, mas que nos
aconteceu, é preciso reagir.
É preciso dar uma reparação às vítimas, reconstruir habitações e empresas, reforçar a prevenção, fortalecer
os meios de combate. É preciso dotar o País de equipamentos públicos e de políticas públicas que sejam
servidoras dos instrumentos de gestão pública na floresta, apoiar os municípios na construção e na reconstrução
de redes secundárias e faixas de gestão de combustível. É necessário capacitar os recursos humanos, reforçar
os meios e os equipamentos na prevenção e no combate de incêndios. É, no fundo, necessário mobilizar
recursos.
É por isso que o Partido Socialista apresenta um conjunto de alterações ao Orçamento do Estado que
permitem fortalecer esta posição: desde logo, no IAPMEI, 100 milhões de euros que transitam dos resultados
para 2018 no apoio às empresas; no Portugal 2020, 80 milhões de euros em concurso para apoiar investimento
que gere emprego nessas regiões afetadas; ainda 35 milhões de euros, com o apoio de fundos estruturais, para
a reposição de equipamentos públicos municipais; e, finalmente, 135 milhões de euros do PDR 2020, no apoio
à florestação e à reflorestação.
Num cenário excecional, são absolutamente imperativas medidas excecionais, mas medidas excecionais que
se repercutam no futuro e que sejam duradouras, como as medidas constantes do regime excecional das redes
secundárias e faixas de gestão de combustível. Para que esta realidade não se volte a repetir, é preciso que as