I SÉRIE — NÚMERO 18
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Este propósito vai obrigar-nos, naturalmente, a uma grande publicitação desta obrigação e a um
acompanhamento permanente de vários agentes, de modo que este propósito se cumpra: desde logo, o GIPS
(Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro), o SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente), as
autarquias.
Depois, caso alguns proprietários não façam essa limpeza, por desconhecimento dos seus espaços, de
terrenos, ou por algum laxismo, naturalmente serão os municípios a desenvolver esse trabalho, de modo a que,
no final de maio próximo, tenhamos as aldeias seguras, os espaços industriais seguros, as estradas seguras,
as prumadas, as linhas elétricas e os corredores dos gasodutos também devidamente seguros.
Este é o trabalho que temos pela frente no imediato.
Naturalmente, em simultâneo, estamos a reformar todo o sistema de proteção civil. Sabemos que o
Orçamento do Estado garante o reforço do GIPS, do SEPNA, dos guardas florestais, dos sapadores florestais,
mas, em simultâneo, temos de definir devidamente, em termos orgânicos, a estrutura da Autoridade Nacional
de Proteção Civil (ANPC), temos de enquadrar os bombeiros no ataque inicial e no ataque ampliado de modo
mais organizado, trazendo mais conhecimento e mais saber para todo o sistema.
Isto é o que estamos a fazer em simultâneo com este propósito de rapidamente termos todas as aldeias
seguras e as pessoas garantidamente também seguras.
Sabemos que a nossa floresta vai demorar muitos anos a garantir a resiliência que desejamos. Esse é um
trabalho de gerações, mas, no imediato, — e gostaria de o sublinhar mais uma vez, reforçando esta ideia — as
pessoas, no interior, têm de sentir-se seguras. É isso que queremos garantir, e sentimos que temos no
Orçamento do Estado as ferramentas financeiras necessárias para garantir este trabalho, numa reforma
profunda que estamos a desenvolver. Era isto que eu queria dizer, vincando, sobretudo, a segurança das
pessoas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, na sequência do que foi dito pelo Sr. Secretário de
Estado da Proteção Civil, a quem desejo as maiores felicidades no exercício das funções, aproveito para reiterar
aquilo que o CDS acabou de fazer: um apelo ao Partido Socialista, autor da proposta de aditamento de um
artigo120.º-A, para que na sua alínea a) do n.º 1 possa juntar «feridos graves».
Sr. Secretário de Estado, não duvido que V. Ex.ª queira cumprir com a palavra do Primeiro-Ministro, mas a
verdade é que a palavra do Primeiro-Ministro não está no Orçamento do Estado.
Mas, com esse conforto do Sr. Secretário de Estado, queria reiterar o apelo — até como um desafio — ao
Partido Socialista para que nos faça chegar uma proposta que acrescente feridos graves à alínea a) do n.º 1,
porque senão ficamos a saber que uma coisa é aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro diz e outra coisa é aquilo que
o Governo, governado pelo Sr. Primeiro-Ministro, faz.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Passamos a outra proposta de artigo 120.º-A, mas com a epígrafe «Salas
de atendimento à vítima», da autoria do Bloco de Esquerda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, a violência
contra as mulheres e a violência doméstica são dos mais antigos e abjetos atentados aos direitos humanos que
persistem no mundo atual.
A violência doméstica e a violência no namoro não param de aumentar em Portugal. As consequências do
crime de violência doméstica revelam o seu máximo expoente nos homicídios, cujo número exige a coragem de
ações eficazes e de serviços de apoio e proteção que garantam a igualdade de acesso a todos e a todas.