24 DE NOVEMBRO DE 2017
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O Sr. Carlos Matias (BE): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, a enorme tragédia dos
incêndios tornou ainda mais evidente que a floresta precisa de ser ordenada e mais bem gerida para que o fogo,
que sempre existirá, não se torne incontrolável, por muitas forças que se empenhem no combate.
Só a agregação da gestão de pequenas parcelas da floresta detidas por uma multiplicidade de pequenos
proprietários permitirá ganhar dimensão para aplicar planos de ordenamento racionais, que tornem rentáveis
essas pequenas parcelas e que, ao mesmo tempo, ordenem o espaço rural. As unidades de gestão florestal,
UGF, já aprovadas na Assembleia da República, são a resposta.
As UGF agregam parcelas adjacentes na mesma gestão — as terras continuarão na posse dos seus donos,
que as gerem em comum e em maior escala — e, com maior dimensão, ordenam melhor o espaço rural, podendo
retirar rendimento.
As UGF poderão ser um enorme passo em frente no ordenamento florestal, mas esse passo tem de ser
robustamente apoiado financeiramente também pelo Orçamento do Estado. Não pode acontecer às unidades
de gestão florestal o que aconteceu às ZIF (zonas de intervenção florestal), que definham por falta de apoio.
É precisamente esse apoio às unidades de gestão florestal, UGF, que o Bloco de Esquerda está a propor
que seja inscrito no Orçamento do Estado.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Apreciamos agora a proposta 499-C, do BE, de aditamento de um artigo
128.º-A (Criação de um programa de apoio a projetos artísticos na escola, com reforço da dotação orçamental
da Direção-Geral das Artes) à proposta de lei.
Para apresentar a proposta, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Campos.
O Sr. Jorge Campos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo:
Na verdade, trazemos duas propostas de aditamento, sendo a primeira, a proposta 413-C, sobre a reativação
do ProMuseus.
O programa ProMuseus foi criado em 2006, tendo por missão o apoio financeiro à renovação, modernização
e valorização dos museus da Rede Portuguesa de Museus não dependentes da administração central. Permitiu,
designadamente, estimular a partilha de recursos humanos e materiais, a formação de técnicos e a apresentação
de candidaturas para efeito de requalificação e valorização.
O Programa foi suspenso pelo Governo PSD/CDS. Em consequência, os museus não dependentes da
administração central, tutelados, na sua maioria, por municípios, enfrentam, agora, as maiores dificuldades.
Por isso, o Bloco de Esquerda propõe a reativação do programa ProMuseus, contando com um
financiamento, em 2018, não inferior a 500 000 €, portanto, um adicional ao orçamento da Direcção-Geral do
Património Cultural.
O Bloco propõe, igualmente, ao abrigo da legislação existente, a criação de um programa de apoio a projetos
artísticos na escola, através da DGArtes (Direção-Geral das Artes), a entidades que exerçam atividades
profissionais nesse domínio.
A proposta resulta do reconhecimento da presença ainda residual das artes nos estabelecimentos de ensino
básico e secundário, da intenção de promover a articulação da escola com os agentes culturais, tendo em conta
a centralidade das artes na formação de cidadãos e, também, da necessidade de fomentar a colaboração entre
cultura e educação, aliás, reiteradamente sinalizada por ambas as tutelas.
A este programa de apoio deverá corresponder, em nosso entender, em 2018, um reforço da Direção-Geral
das Artes não inferior a 1,5 milhões de euros.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Ivan Gonçalves, do PS.
O Sr. Ivan Gonçalves (PS): — Sr. Presidente, não me inscrevi para intervir neste ponto.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Bem, essa informação não chegou à Mesa.