I SÉRIE — NÚMERO 20
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça chegar esses documentos à Mesa para que sejam distribuídos pelos
grupos parlamentares.
Tem a palavra o Sr. Deputado André Silva, para uma intervenção.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O PAN
avocou uma medida que, definitivamente, faz com que quem mais polua mais pague, em Portugal. Falamos do
fim da isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos às indústrias que produzem eletricidade através da
queima de carvão.
Graças à obstinação e à dedicação do PAN, esta medida vem agora consagrada no Orçamento do Estado.
Ou seja, é por ação determinada e determinante do PAN que estas indústrias, que contribuem com cerca de
20% de gases com efeito de estufa em Portugal, vão pagar uma contribuição que é, ainda assim, mínima, face
ao impacto que têm no aquecimento global e nos efeitos das alterações climáticas.
Assim, em 2018, estas empresas começarão a pagar 10% da taxa aplicada em sede de ISP. Nos anos
seguintes, as percentagens são alteradas respetivamente para 25%, 50%, 75% até 100%, em 2022.
Sr.as e Srs. Deputados, mais do que declarações proclamatórias, este início de taxação é um compromisso
concreto para atingir as metas do Acordo de Paris e, neste campo, surpreende-nos a posição isolacionista,
economicista e ortodoxa do PSD e do CDS.
Segundo estes partidos, é justo manter-se a isenção às indústrias que mais poluem em Portugal. Segundo
estes partidos, Portugal, ou seja, todos nós continuaremos a pagar para poluir.
É este o caminho que o PSD e o CDS têm para atingir as metas da descarbonização? Que mais poderemos
esperar destes partidos em matéria de política ambiental?
A manutenção do sentido de voto do PSD e do CDS irá contra as exigências dos cidadãos, contra os alertas
das organizações ambientalistas e contra as recomendações da comunidade científica.
Sr.as e Srs. Deputados do PSD e do CDS, como irão justificar perante as gerações futuras quando, à revelia
da ciência, se mantiveram presos a um modelo económico que não internaliza os custos ambientais e externaliza
os impactos das indústrias mais poluidoras nas populações?
Apelamos a que o PSD e o CDS tenham a coragem para romper com o velho paradigma económico e que
priorizem a ciência climática em vez de predefinições ideológicas.
Em suma, o fim da isenção do pagamento do ISP para estas indústrias poluidoras é uma medida mais do
que justa, é absolutamente urgente.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Grupo Parlamentar do PCP, através da Sr.ª Deputada Ana Mesquita.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, conforme
afirmámos no debate na generalidade, o PCP proporcionou mesmo várias oportunidades durante o processo de
especialidade para melhorar o Orçamento do Estado para a cultura, para tirar a cultura da indigência orçamental
a que tem estado sujeita por sucessivos governos.
Aliás, o Sr. Primeiro-Ministro disse que se exercesse funções de Deputado votaria favoravelmente propostas
nesse sentido. Faltou quem o acompanhasse, votando favoravelmente as propostas do PCP,…
Vozes do PCP: — É verdade!
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — … e isto vale para PS, PSD e CDS, com exceção, honra seja feita, da
aprovação do Plano Nacional de Emergência para o Património Cultural, muito importante e muito urgente.
Estamos muito aquém do que seria possível e do que seria necessário. Mas ainda há tempo de rever as
votações na especialidade e fazer com que a cultura não seja um mero ornamento de discurso que não passa
do papel.
Por isso, o PCP avocou hoje a proposta para reforço das verbas da DGArtes para os apoios públicos à
criação artística, no sentido de alcançar os 25 milhões de euros já em 2018, pois é urgente a criação de
condições para a recomposição das estruturas de criação artística.