9 DE DEZEMBRO DE 2017
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Segue-se, no segundo ponto, a apreciação conjunta das petições n.os 214/XIII (2.ª) — Solicitam o
descongelamento da progressão nos escalões da carreira de docente e das posições remuneratórias do pessoal
não docente (FNE — Federação Nacional da Educação) e 272/XIII (2.ª) — Solicitam o restabelecimento das
carreiras de não docentes (FNE — Federação Nacional de Educação).
Por último, no terceiro ponto, será apreciada a petição n.º 256/XIII (2.ª) — Solicitam que sejam adotadas
medidas com vista à resolução da situação contratual precária dos técnicos especializados nas escolas (Ana
Margarida Carvalho Maia e outros).
Desejo um bom fim de semana a todas as Sr.as Deputadas e a todos os Srs. Deputados.
Está encerrada a sessão.
Eram 13 horas e 38 minutos.
Declarações de voto enviadas à Mesa para publicação
Relativas aos votos n.os 450, 451 e 454/XIII (3.ª):
O reconhecimento por parte dos Estados Unidos da América de Jerusalém como a capital de Israel e o
anúncio da mudança da sua embaixada de Telavive para a Cidade Santa não legitima, por si só, a capital de
Israel em Jerusalém à luz do Direito Internacional. Nem as Nações Unidas nem nenhum outro país reconhece
Jerusalém como a capital de Israel. Prova, isso sim, desprezo pelas Nações Unidas, pela legalidade
internacional e pelas consequências que uma decisão tão provocatória poderá ter no aumento da tensão, de
confrontos e conflitualidade entre Israelitas e Palestinianos, na região e nas relações internacionais.
Ao contrário do que afirma serem as suas intenções de estar assim a contribuir para o processo de paz,
Donald Trump e os Estados Unidos estão a pôr em perigo a possibilidade de alguma vez haver uma solução
para o problema que já se arrasta há 70 anos, com muita morte, sofrimento e destruição. Porque este não é
apenas um problema entre Israelitas e Palestinianos, visto ter repercussões à escala global e consequências na
relação entre os povos.
A atitude dos Estados Unidos vem aprofundar uma injustiça histórica perante a qual a comunidade
internacional tem tido uma complacência excessiva, ao tolerar a ocupação da Cisjordânia com colonatos que
Israel não mostra qualquer intenção de desmantelar, em flagrante violação do Direito Internacional e das regras
de respeito e da convivência entre povos.
Não é por acaso que a comunidade internacional tem mostrado claramente começar a estar saturada com
aquilo a que se chama o processo de paz e reinício periódico de negociações que não conduzem a lado nenhum.
Por isso a UNESCO admitiu a Palestina em 2011 como membro de pleno direito e, em 2012, a Assembleia Geral
da ONU aprovou a adesão da Palestina como Estado não membro. Mais tarde, já em dezembro de 2016, numa
altura em que os Estados Unidos ainda eram guiados pelo bom senso, foi aprovada uma resolução que
condenava e proibia a construção de novos colonatos.
Na realidade, não existe nada que permita dizer que hoje no chamado processo de paz se está mais perto
de alcançar uma solução justa e aceite pelas partes. Antes pelo contrário, está-se cada vez mais longe de se
alcançar uma solução que permita ter esperança na resolução do problema, que só seria possível com a criação
de dois Estados em paz e segurança, a viver lado a lado, como pretendem as Nações Unidas e a generalidade
da comunidade internacional.
Não pode ser justa nem acertada uma decisão que apenas teve o regozijo do Presidente que a pronunciou
e de Israel, contra a condenação, preocupação e apreensão de todos os restantes atores internacionais, das
Nações Unidas, do Papa Francisco, da União Europeia e de imensos países, muçulmanos ou laicos.
Os Deputados do Grupo Parlamentar do PS, Paulo Pisco — Bacelar de Vasconcelos — Ricardo Bexiga —
Isabel Alves Moreira — Elza Pais — Carla Sousa — Ivan Gonçalves — Catarina Marcelino — André Pinotes
Batista.
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